Publicado 04/03/2024 15:52
Pílulas anticoncepcionais serão disponibilizadas sem prescrição médica este mês nas farmácias dos Estados Unidos, uma medida que amplia o acesso aos métodos para evitar a gravidez em um momento em que o direito ao aborto tem sido drasticamente limitado no país.
A empresa irlandesa-americana Perrigo anunciou nesta segunda-feira (4) que seu comprimido Opill foi enviado aos “grandes varejistas e farmácias e estará disponível em todo o país” este mês, assim como em seu site.
O produto será vendido em embalagens suficientes para um ou três meses, a 19,99 e 49,99 dólares (98,82 e 247,13 reais), respectivamente.
Opill obteve no ano passado a autorização da Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) para sua venda sem receita.
O medicamento, conhecido como “mini pílula”, contém só o hormônio progesterona e funciona engrossando a mucosa do colo do útero, o que impede que o espermatozóide alcance os óvulos.
A empresa celebrou a iminente oferta da primeira pílula anticoncepcional sem prescrição como um “momento histórico”.
Grande parte dos países da América Latina, África e Ásia permitem a venda de anticoncepcionais sem pedido médico. O Reino Unido permite desde 2021, embora em muitos países da Europa, a receita seja exigida.
A venda de anticoncepcionais sem prescrição é apoiada por importantes organizações médicas dos Estados Unidos, onde cerca da metade das mais de 6,1 milhões de gravidezes anuais não são planejadas, de acordo com dados oficiais.
No entanto, a venda livre das pílulas tornou-se uma questão politicamente sensível depois que a Suprema Corte revogou em 2022 o direito ao aborto ao anular o caso Roe v. Wade, de 1973.
Desde então, 21 estados do país proibiram ou restringiram o acesso ao procedimento.
Os republicanos no Congresso também bloquearam leis propostas pelos democratas para garantir o acesso aos contraceptivos.
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