Publicado 11/03/2024 19:32
Cuba registrava nesta segunda-feira (11) um grande número de apagões por "déficit" de geração de energia, informou a companhia estatal Unión Eléctrica, em meio a uma nova onda de cortes enquanto várias de suas termelétricas estão em conserto ou manutenção.
"Estimam-se altos números de afetados, por déficit nas capacidades de geração", disse na rede social X o diretor da empresa, Alfredo López Valdés.
A Unión Eléctrica informou em fevereiro que a termelétrica Antonio Guiteras, a mais importante do país, pararia de funcionar para manutenção, enquanto outro diretor indicou nesta segunda na televisão estatal que outras plantas operam parcialmente.
Segundo as autoridades, a demanda de eletricidade na ilha nesta segunda será de 3.200 MW, mas a companhia só poderá gerar 1.975 MW.
Na capital Havana, de 2,2 milhões de habitantes, os cortes são menos frequentes, mas em várias províncias os moradores se queixam dos longos períodos sem luz.
A dona de casa Caridad Sánchez, de 38 anos, que vive na província de Camagüey (centro), confirmou à AFP que o fornecimento de energia costuma parar por volta das 10h e só voltar às 21h.
"Aqui não tem apagões, e sim 'iluminões'", diz ela com raiva, alertando que "as pessoas estão protestando porque estão perdendo o pouco que têm para comer".
Enquanto isso, em Holguín (leste), "os apagões duram 15 horas por dia em um dia e nove horas no seguinte", conta um septuagenário que prefere manter o anonimato. Ele observa que em alguns bairros "as pessoas batem panelas à noite" como forma de protesto.
As autoridades anunciaram no fim de fevereiro "um regime de contingência" que inclui a proibição de usar ar-condicionado nas instalações de trabalho do Estado, assim como "desligar 100%" desses escritórios "nos horários de pico" e promover o trabalho à distância.
O sistema de geração de energia elétrica de Cuba é composto por oito antigas termelétricas, além de geradores e oito usinas flutuantes alugadas pelo governo da Turquia, também afetadas pela falta de diesel para operar.
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