Publicado 12/03/2024 11:06
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi escolhido por seu partido para buscar o terceiro mandato consecutivo nas eleições de 28 de julho, enquanto a oposição está contra as cordas para definir seu candidato.
Reunido em assembleias em diferentes estados, o governante Partido Socialista da Venezuela (PSUV) optou por Maduro, de 61 anos, que figurava como candidato natural dentro do chavismo, no qual ninguém desafiou sua candidatura.
Vice-presidente do PSUV, Diosdado Cabello publicou na rede social X: "As bases do PSUV decidiram, Nicolás Maduro candidato presidencial, 4.240.032 participaram." A proclamação oficial está prevista para o próximo dia 15.
Cabello havia dito na semana passada que estava certo de que Maduro seria o candidato "por consenso" do PSUV. Ele está em campanha há semanas e aumentou suas aparições em público, o que não era habitual, assim como os anúncios de programas sociais "de nova geração", que incluem a distribuição de sapatos e colchões para setores vulneráveis.
A oposição, por sua vez, deve definir um candidato, diante da inabilitação política de María Corina Machado, que venceu com folga em outubro as primárias da principal coalizão, a Plataforma Unitária. Embora Machado insista em que será candidata, na prática sua candidatura está descartada.
A habilitação de candidatos foi um dos pontos mais polêmicos dos diálogos entre governo e oposição, com mediação da Noruega. As duas partes assinaram um acordo em Barbados em outubro para organizar a eleição, com a presença de observadores internacionais.
O chavismo completou em fevereiro 25 anos no poder, os últimos 11 liderados por Maduro, após a morte de Hugo Chávez, em 2013. A reeleição do chavista em 2018 foi chamada de fraudulenta pela oposição — que boicotou a votação —, pela União Europeia e pelos Estados Unidos, que impuseram uma bateria de sanções para tentar tirá-lo do poder.
A data das eleições coincide com o 11º aniversário da morte do presidente Chávez (1999-2013). A inscrição oficial dos candidatos acontecerá de 21 a 25 de março e a campanha eleitoral está prevista para 4 a 25 de julho.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), acusado de servir ao chavismo, enviou convites à União Europeia (UE), à ONU e ao Centro Carter para observarem o processo eleitoral.
"Que venham os observadores que quiserem vir. Claro, respeitando a soberania da Venezuela", insistiu Maduro. "Se o Poder Eleitoral disse isso, palavra sagrada, amém, que venham então, porque 28 de julho vai ser a festa da liberdade, a festa da democracia".
A UE enviou uma missão em 2021 nas últimas eleições para governador e prefeito, mas esta terminou abruptamente depois de Maduro ter rotulado os observadores de "inimigos" e "espiões".
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