Publicado 12/03/2024 18:53
Um primeiro navio transportando mantimentos partiu nesta terça-feira (12) do Chipre para atravessar o corredor humanitário estabelecido pela União Europeia em direção à Faixa de Gaza, ameaçada pela fome, depois de mais de cinco meses de guerra entre Israel e o Hamas.
Segundo o Ministério de Saúde do governo do Hamas, 27 pessoas, entre elas pelo menos 21 crianças, morreram por desnutrição e desidratação nos hospitais de Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estimou no mês passado que 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza já estavam "em situação de crise alimentar ou pior", na "fase 3 ou superior" (de um total de 5) da classificação de fome.
O mundo muçulmano iniciou o mês de jejum sagrado do ramadã, sinônimo de celebrações e grandes refeições em família após o pôr do sol, mas este ano os palestinos de Gaza não estão em condições de festejar.
Os moradores de Gaza se reuniram ontem à noite sem alegria para a primeira quebra diária do jejum. "Este ramadã não tem gosto de ramadã. Tem mais o gosto de sangue, da miséria, da separação e da opressão", afirmou Um Mohammed Abu Matar.
Segundo o governo do Hamas, 72 pessoas morreram nas últimas 24 horas em ataques israelenses.
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) denunciou hoje o que chamou de "guerra contra as crianças". "O número de crianças mortas em pouco mais de quatro meses em Gaza é superior ao número de crianças mortas em quatro anos em todas as guerras mundiais combinadas", criticou seu diretor, Philippe Lazzarini, na rede social X.
'Arma de guerra'
Segundo o Ministério de Saúde do governo do Hamas, 27 pessoas, entre elas pelo menos 21 crianças, morreram por desnutrição e desidratação nos hospitais de Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro.
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estimou no mês passado que 2,2 milhões dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza já estavam "em situação de crise alimentar ou pior", na "fase 3 ou superior" (de um total de 5) da classificação de fome.
O mundo muçulmano iniciou o mês de jejum sagrado do ramadã, sinônimo de celebrações e grandes refeições em família após o pôr do sol, mas este ano os palestinos de Gaza não estão em condições de festejar.
Os moradores de Gaza se reuniram ontem à noite sem alegria para a primeira quebra diária do jejum. "Este ramadã não tem gosto de ramadã. Tem mais o gosto de sangue, da miséria, da separação e da opressão", afirmou Um Mohammed Abu Matar.
Segundo o governo do Hamas, 72 pessoas morreram nas últimas 24 horas em ataques israelenses.
A Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) denunciou hoje o que chamou de "guerra contra as crianças". "O número de crianças mortas em pouco mais de quatro meses em Gaza é superior ao número de crianças mortas em quatro anos em todas as guerras mundiais combinadas", criticou seu diretor, Philippe Lazzarini, na rede social X.
'Arma de guerra'
O primeiro navio a usar o corredor marítimo criado pela UE zarpou do porto cipriota de Larnaca, que fica a 370 quilômetros de Gaza, e levará dias para chegar, informou a ONG espanhola Open Arms, à qual pertence a embarcação.
O navio transporta quase 200 toneladas de alimentos como arroz, farinha e conservas, que serão distribuídos em Gaza pela organização World Central Kitchen (WCK), liderada pelo chef hispano-americano José Andrés.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou a saída do primeiro navio um "sinal de esperança". "Vamos trabalhar duro para garantir que muitos outros navios sigam o exemplo", afirmou na rede social X.
Chipre já prepara um segundo navio, "muito maior", declarou o chefe da diplomacia da ilha, Constantinos Kombos, antes de propor "um processo mais sistemático e com volumes maiores".
"O tempo é curto" para evitar a fome, em particular no norte da Faixa, que está a caminho de uma catástrofe humanitária por não receber ajuda alimentar suficiente", alertou Cindy McCain, diretora do Programa Mundial de Alimentos (PMA).
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, denunciou ao Conselho de Segurança o uso da fome "como arma de guerra". "Esta crise humanitária não é uma catástrofe natural [...], é causada pelo homem".
Nos últimos dias, vários países lançaram pacotes de alimentos pelo ar. Ao mesmo tempo, um navio militar zarpou no sábado dos Estados Unidos com o equipamento necessário para construir um cais para descarregar a ajuda.
O conflito começou em 7 de outubro, com o ataque de milicianos do Hamas em território israelense: 1.160 pessoas foram assassinadas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados divulgados pelas autoridades de Israel.
O grupo islamista também sequestrou 250 pessoas - 130 continuam em cativeiro em Gaza, das quais 32 teriam sido mortas, segundo as autoridades israelenses.
Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e iniciou uma campanha militar que deixou 31.184 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Hamas.
Longe de um acordo
O navio transporta quase 200 toneladas de alimentos como arroz, farinha e conservas, que serão distribuídos em Gaza pela organização World Central Kitchen (WCK), liderada pelo chef hispano-americano José Andrés.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, considerou a saída do primeiro navio um "sinal de esperança". "Vamos trabalhar duro para garantir que muitos outros navios sigam o exemplo", afirmou na rede social X.
Chipre já prepara um segundo navio, "muito maior", declarou o chefe da diplomacia da ilha, Constantinos Kombos, antes de propor "um processo mais sistemático e com volumes maiores".
"O tempo é curto" para evitar a fome, em particular no norte da Faixa, que está a caminho de uma catástrofe humanitária por não receber ajuda alimentar suficiente", alertou Cindy McCain, diretora do Programa Mundial de Alimentos (PMA).
O chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, denunciou ao Conselho de Segurança o uso da fome "como arma de guerra". "Esta crise humanitária não é uma catástrofe natural [...], é causada pelo homem".
Nos últimos dias, vários países lançaram pacotes de alimentos pelo ar. Ao mesmo tempo, um navio militar zarpou no sábado dos Estados Unidos com o equipamento necessário para construir um cais para descarregar a ajuda.
O conflito começou em 7 de outubro, com o ataque de milicianos do Hamas em território israelense: 1.160 pessoas foram assassinadas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados divulgados pelas autoridades de Israel.
O grupo islamista também sequestrou 250 pessoas - 130 continuam em cativeiro em Gaza, das quais 32 teriam sido mortas, segundo as autoridades israelenses.
Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e iniciou uma campanha militar que deixou 31.184 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Hamas.
Longe de um acordo
Nas últimas semanas, os mediadores intensificaram as negociações para tentar obter um acordo de trégua entre Israel e o movimento palestino Hamas antes do ramadã, sem sucesso.
O acordo deveria incluir uma troca de reféns israelenses por presos palestinos e o aumento de ajuda internacional para Gaza.
Israel e Hamas estão "longe de um acordo" para um cessar das hostilidades, afirmou nesta terça-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al Ansari, antes de acrescentar, no entanto, que as conversações prosseguem entre as partes.
"Para vencermos esta guerra, temos que destruir os batalhões do Hamas que restam em Rafah", no extremo sul da Faixa de Gaza, onde se refugiam centenas de milhares de pessoas, declarou o premier de Israel, Benjamin Netanyahu. "Vamos terminar o trabalho em Rafah e deixaremos que a população civil fique fora de perigo", acrescentou.
A guerra em Gaza aumentou as tensões em outros territórios palestinos, assim como entre Israel com o Líbano e a Síria.
Um palestino de 12 anos morreu após ser atingido por um tiro das forças de segurança israelenses em confrontos em um campo de refugiados de Jerusalém oriental, informou a polícia.
Duas pessoas morreram hoje em novos bombardeios israelenses no leste do Líbano, segundo uma fonte de segurança, depois de o movimento Hezbollah, aliado do Hamas, ter lançado mais de 100 foguetes contra posições militares de Israel.
Desde o começo da guerra, as forças israelenses atingiram "cerca de 4.500 alvos" do movimento pró-Irã Hezbollah no Líbano e na Síria, segundo o Exército.
O acordo deveria incluir uma troca de reféns israelenses por presos palestinos e o aumento de ajuda internacional para Gaza.
Israel e Hamas estão "longe de um acordo" para um cessar das hostilidades, afirmou nesta terça-feira o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al Ansari, antes de acrescentar, no entanto, que as conversações prosseguem entre as partes.
"Para vencermos esta guerra, temos que destruir os batalhões do Hamas que restam em Rafah", no extremo sul da Faixa de Gaza, onde se refugiam centenas de milhares de pessoas, declarou o premier de Israel, Benjamin Netanyahu. "Vamos terminar o trabalho em Rafah e deixaremos que a população civil fique fora de perigo", acrescentou.
A guerra em Gaza aumentou as tensões em outros territórios palestinos, assim como entre Israel com o Líbano e a Síria.
Um palestino de 12 anos morreu após ser atingido por um tiro das forças de segurança israelenses em confrontos em um campo de refugiados de Jerusalém oriental, informou a polícia.
Duas pessoas morreram hoje em novos bombardeios israelenses no leste do Líbano, segundo uma fonte de segurança, depois de o movimento Hezbollah, aliado do Hamas, ter lançado mais de 100 foguetes contra posições militares de Israel.
Desde o começo da guerra, as forças israelenses atingiram "cerca de 4.500 alvos" do movimento pró-Irã Hezbollah no Líbano e na Síria, segundo o Exército.
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