Mathias Vicherat foi eleito em 2021 para a reitoria da Sciences Po ParisThomas Samson / AFP
Publicado 13/03/2024 08:49
O diretor de uma das universidades mais prestigiosas da França, Sciences Po Paris, anunciou nesta quarta-feira (13) a própria demissão para "preservar" a instituição após ser acusado de violência doméstica pela ex-companheira.
Mathias Vicherat e Anissa Bonnefont se acusam mutuamente de violência doméstica e, em 3 de dezembro, foram detidos, mas liberados no dia seguinte. A Promotoria de Paris abriu uma investigação.
"Estou ciente que eu e minha ex-namorada fomos chamados pelo tribunal criminal", escreveu em uma mensagem enviada à comunidade acadêmica da Sciences Po e confirmada à AFP pela direção.
"Me importa mais a instituição do que a mim mesmo. Para preservá-la, decidi me demitir", acrescentou Vicherat, de 45 anos, que rejeitou as acusações de sua ex-companheira. "A Justiça esclarecerá a realidade dos fatos", acrescentou.
Quando a detenção tornou-se pública, estudantes protestaram no campus principal em Paris pedido a demissão do diretor, eleito em 2021 com um programa contra a violência sexual e sexista.
Ele substituiu então Frédéric Mion, que foi forçado a renunciar ao cargo em fevereiro daquele ano por ignorar as suspeitas de incesto contra o conhecido cientista político Olivier Duhamel.
A Sciences Po foi fundada em 1872 para formar autoridades públicas, mas foi gradualmente aberta a estudantes que buscavam carreiras no setor privado e a estudantes estrangeiros. Muitos ministros, pesquisadores, empresários e presidentes da República se formaram em suas salas de aula.
Entre seus ilustres alunos estão o estilista Christian Dior e o escritor Marcel Proust, além do presidente francês Emmanuel Macron e o ex-primeiro-ministro canadense Pierre Trudeau.
Publicidade
Leia mais