Fumio Kishida, atual primeiro-ministro do JapãoHiro Komae / POOL / AFP
Publicado 13/03/2024 09:16 | Atualizado 13/03/2024 09:18
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, foi interrogado por deputados nesta quarta-feira (13) sobre uma reunião do partido governista, na qual dançarinas seminuas teriam recebido gorjetas com a boca.

Imagens vazadas do evento, organizado em novembro por uma seção regional do Partido Liberal Democrático (PLD), mostram mulheres em trajes de banho dançando e sentadas no colo dos participantes. As mulheres, integrantes de um grupo chamado 'Glamour Dancers', foram orientadas a usar a boca para receber dinheiro em nota, segundo a imprensa local.
Segundo a imprensa local, as dançarinas foram orientadas a receber o dinheiro apenas com a boca - Reprodução
Segundo a imprensa local, as dançarinas foram orientadas a receber o dinheiro apenas com a bocaReprodução


Um dos organizadores, Tetsuya Kawabata, defendeu o evento ao afirmar que a presença das "go-go dancers" pretendia garantir a "diversidade" do evento. "Convidamos as dançarinas depois de estudar diferentes pontos de vista, inclusive se correspondiam à questão da diversidade", disse o vice-líder da juventude local do LDP à rede ANN.

"Mas a excitação que surgiu, especialmente no final da reunião social, superou as minhas expectativas", admitiu Kawabata, segundo a imprensa. Depois disso ele deixou o partido.

A juventude nacional do PLD pediu desculpas na segunda-feira e afirmou que dois deputados que compareceram deixaram as suas funções no Gabinete da Juventude, mas continuam em seus cargos e como membros do partido.

O episódio é uma vergonha para o PLD, que governa de forma quase ininterrupta durante décadas e pretende envolver mais mulheres na política japonesa. Kishida, interrogado por deputados da oposição, garantiu nesta quarta-feira que o evento "não se enquadra no objetivo da diversidade no gabinete".

"O que o meu gabinete procura é uma sociedade inclusiva onde todos sintam o significado da vida com respeito pela sua dignidade e diversidade", afirmou o primeiro-ministro.
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