Noland Arbaugh, de 29 anos, não consegue se movimentar abaixo dos ombrosReprodução
Publicado 21/03/2024 08:44
A Neuralink, startup de neurotecnologia que pertence ao empresário Elon Musk, divulgou na quarta-feira um vídeo que mostra seu primeiro paciente humano jogando xadrez em um computador com sua mente e falando sobre o implante cerebral que tornou a atividade possível.

Noland Arbaugh, 29 anos, que ficou paralisado dos ombros para baixo devido a um acidente de mergulho há oito anos, falou sobre jogar xadrez e o jogo eletrônico "Civilization", assim como sobre ter aulas de japonês e francês controlando o cursor na tela do computador com o cérebro.

"É uma loucura, realmente é. É tão legal", disse Arbaugh, que brincou sobre sua telepatia graças a Neuralink.

A empresa de neurotecnologia de Musk instalou um implante cerebral em um humano pela primeira vez em janeiro, uma ação que o bilionário dono da Tesla e da X considerou um sucesso.

Arbaugh disse que recebeu alta do hospital um dia após o dispositivo ter sido implantado em seu cérebro e que não teve nenhum comprometimento cognitivo. "Há muito trabalho a fazer, mas já mudou minha vida", disse. "Não quero que as pessoas pensem que este é o fim da viagem".

Ele contou que começou pensando em mover o cursor e, eventualmente, o sistema de implante refletiu sua intenção. "A razão pela qual entrei nisso foi porque eu queria fazer parte de algo que, sinto, vai mudar o mundo", destacou.

Arbaugh disse que no próximo Halloween planeja usar a fantasia de Charles Xavier, personagem dos X-Men da Marvel Comics, que se desloca em uma cadeira de rodas, mas possui superpoderes mentais. "Eu serei o Professor X", disse. "Acho que isso é bastante apropriado... sou basicamente telecinético".

Um engenheiro da Neuralink prometeu no vídeo, que foi postado na rede social X e no Reddit, mais atualizações sobre o progresso do paciente.

A tecnologia da Neuralink funciona com um dispositivo do tamanho de cinco moedas empilhadas que é colocado dentro do cérebro humano com uma cirurgia invasiva.

A startup, cofundada por Musk em 2016, pretende construir canais de comunicação direta entre o cérebro e os computadores.

A ambição é turbinar as capacidades humanas, tratar doenças neurológicas como ELA (esclerose lateral amiotrófica) ou Parkinson, e talvez um dia alcançar uma relação simbiótica entre humanos e inteligência artificial.

Musk não está sozinho na tentativa de obter avanços nesta área, que é oficialmente conhecida como pesquisa de interface cérebro-máquina ou cérebro-computador.
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