Publicado 21/03/2024 09:34
David Azoulay é o homem das más notícias. É ele quem tem de chamar os cidadãos deslocados do seu município para anunciar que um foguete do movimento libanês Hezbollah destruiu a sua casa na desabitada cidade israelense de Metula.
Como prefeito deste pequeno município no extremo norte de Israel, Azoulay não vê outra opção senão uma guerra total para eliminar a ameaça que forçou os seus habitantes a partir. "Não temos escolha", disse ele à AFP.
Este homem, de 57 anos, vive sozinho nesta cidade cercada por território libanês ao norte, oeste e sul. Os seus 2.000 habitantes se retiraram em outubro, no início da guerra entre Israel e o movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza.
O prefeito ficou, no entanto, para acompanhar os danos causados pelos disparos quase diários contra o norte de Israel por parte do movimento Hezbollah, aliado do Hamas e apoiado pelo Irã.
Azoulay dorme à noite em um abrigo e durante o dia verifica os danos: 130 das 650 casas foram atingidas por disparos desde 7 de outubro, data do ataque do Hamas contra Israel que desencadeou a guerra em Gaza, e que suscita receios de uma escalada regional do conflito, especialmente com o Líbano.
Para ele, é necessário entrar plenamente na luta contra o Hezbollah para manter este movimento pró-iraniano longe da fronteira.
Israel e o movimento xiita não pararam de trocar tiros, sem o envolvimento em uma guerra total. Pelo menos 322 pessoas morreram no Líbano, a maioria combatentes do Hezbollah, e ao menos 56 civis, segundo um relatório da AFP.
Em Israel, 10 soldados e sete civis morreram, segundo o Exército. As trocas de tiros deslocaram dezenas de milhares de pessoas em ambos os lados da fronteira. A guerra "é a única solução para os habitantes voltarem em segurança", disse Azoulay esta semana durante uma visita organizada pelas autoridades israelenses.
'Ofensiva de primavera'
Como prefeito deste pequeno município no extremo norte de Israel, Azoulay não vê outra opção senão uma guerra total para eliminar a ameaça que forçou os seus habitantes a partir. "Não temos escolha", disse ele à AFP.
Este homem, de 57 anos, vive sozinho nesta cidade cercada por território libanês ao norte, oeste e sul. Os seus 2.000 habitantes se retiraram em outubro, no início da guerra entre Israel e o movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza.
O prefeito ficou, no entanto, para acompanhar os danos causados pelos disparos quase diários contra o norte de Israel por parte do movimento Hezbollah, aliado do Hamas e apoiado pelo Irã.
Azoulay dorme à noite em um abrigo e durante o dia verifica os danos: 130 das 650 casas foram atingidas por disparos desde 7 de outubro, data do ataque do Hamas contra Israel que desencadeou a guerra em Gaza, e que suscita receios de uma escalada regional do conflito, especialmente com o Líbano.
Para ele, é necessário entrar plenamente na luta contra o Hezbollah para manter este movimento pró-iraniano longe da fronteira.
Israel e o movimento xiita não pararam de trocar tiros, sem o envolvimento em uma guerra total. Pelo menos 322 pessoas morreram no Líbano, a maioria combatentes do Hezbollah, e ao menos 56 civis, segundo um relatório da AFP.
Em Israel, 10 soldados e sete civis morreram, segundo o Exército. As trocas de tiros deslocaram dezenas de milhares de pessoas em ambos os lados da fronteira. A guerra "é a única solução para os habitantes voltarem em segurança", disse Azoulay esta semana durante uma visita organizada pelas autoridades israelenses.
'Ofensiva de primavera'
Paris e Washington enviaram missões ao Líbano e a Israel para tentar diminuir a pressão, mas Sarit Zehavi, uma ex-agente da Inteligência Militar israelense, acredita que um acordo não acabará com as ameaças representadas pelo Hezbollah.
"A ideia de um acordo de cessar-fogo que não elimine as capacidades do Hezbollah é algo que não me deixa dormir", disse Zehavi aos jornalistas durante a visita.
Segundo ela, a estratégia do Hezbollah é arrastar Israel para a guerra, em vez de iniciá-la. Ela também teme possíveis infiltrações de combatentes xiitas.
Mas para Hamish Kinnear, analista para o Oriente Médio da consultora de riscos Verisk Maplecroft, "é improvável que o Hezbollah queira uma guerra total", porque prefere basear a sua estratégia na surpresa, "essencial em um conflito assimétrico".
Uma guerra em grande escala lançada por Israel também é "improvável" porque o país prefere "concentrar os seus recursos na luta contra o Hamas" em Gaza, disse à AFP.
Por outro lado, Hussein Ibish, do Arab Gulf States Institute, em Washington, considera que Israel caminha para uma escalada ao lançar ataques cada vez mais profundos no Líbano, como o recente em Baalbek, a 100 quilômetros da fronteira.
Segundo ele, há sinais de uma "ofensiva de primavera" israelense no Líbano. "Israel quer criar a impressão de que esta guerra é inevitável para proteger o norte", diz Ibish.
"A ideia de um acordo de cessar-fogo que não elimine as capacidades do Hezbollah é algo que não me deixa dormir", disse Zehavi aos jornalistas durante a visita.
Segundo ela, a estratégia do Hezbollah é arrastar Israel para a guerra, em vez de iniciá-la. Ela também teme possíveis infiltrações de combatentes xiitas.
Mas para Hamish Kinnear, analista para o Oriente Médio da consultora de riscos Verisk Maplecroft, "é improvável que o Hezbollah queira uma guerra total", porque prefere basear a sua estratégia na surpresa, "essencial em um conflito assimétrico".
Uma guerra em grande escala lançada por Israel também é "improvável" porque o país prefere "concentrar os seus recursos na luta contra o Hamas" em Gaza, disse à AFP.
Por outro lado, Hussein Ibish, do Arab Gulf States Institute, em Washington, considera que Israel caminha para uma escalada ao lançar ataques cada vez mais profundos no Líbano, como o recente em Baalbek, a 100 quilômetros da fronteira.
Segundo ele, há sinais de uma "ofensiva de primavera" israelense no Líbano. "Israel quer criar a impressão de que esta guerra é inevitável para proteger o norte", diz Ibish.
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