Publicado 21/03/2024 09:34 | Atualizado 21/03/2024 10:40
O governo dos Estados Unidos apresentou pela primeira vez um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU para pedir um "cessar-fogo imediato" em Gaza, afirmou o secretário de Estado, Antony Blinken, que nesta quinta-feira tentará, no Egito, negociar uma trégua entre Israel e Hamas.
"Nós temos uma resolução que apresentamos agora, que está ante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que pede um cessar-fogo imediato ligado vinculado à libertação dos reféns, e esperamos sinceramente que os países apoiem", declarou Blinken ao canal Al Hadath, durante uma visita à Arábia Saudita.
A resolução enviaria um "sinal forte", acrescentou o chefe da diplomacia americana, que até agora vetou as outras iniciativas com pedidos de trégua apresentadas no Conselho de Segurança, e na quarta-feira mudou de posição.
O texto, ao qual a AFP teve acesso, destaca a "necessidade de um cessar-fogo imediato e duradouro para proteger os civis de todas as partes e permitir o fornecimento de ajuda humanitária" e a libertação dos reféns israelenses. Ainda não foi formalizada uma data para a votação no Conselho de Segurança.
O anúncio aconteceu durante uma viagem de Blinken pelo Oriente Médio para pressionar por uma trégua em Gaza. A viagem começou na quarta-feira na Arábia Saudita, continua nesta quinta-feira no Egito e o levará na sexta-feira a Israel.
A preocupação internacional aumenta diante da ameaça de fome e do crescente número de vítimas em Gaza, com os persistentes bombardeios israelenses.
"Estávamos dormindo quando ouvimos uma grande explosão. Corremos na direção da área devastada e foi como se tivesse sido atingida por um terremoto", disse Mahmoud Abu Arar, um deslocado de Rafah, uma cidade no extremo sul de Gaza onde 1,5 milhão de pessoas estão aglomeradas.
A guerra começou em 7 de outubro com um ataque de terroristas do Hamas que mataram 1.160 pessoas, a maioria civis, e sequestraram mais de 250 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
Israel afirma que 130 reféns continuam retidos em Gaza, dos quais 33 teriam sido mortos.
Em represália, Israel iniciou uma ofensiva aérea e terrestre contra Gaza, com o objetivo de "aniquilar" o Hamas, considerado uma organização terrorista pelo governo israelense, assim como por Estados Unidos e União Europeia.
A operação militar deixou mais de 31.988 mortos, a maioria mulheres, adolescentes e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas.
Negociação estagnada
"Nós temos uma resolução que apresentamos agora, que está ante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, que pede um cessar-fogo imediato ligado vinculado à libertação dos reféns, e esperamos sinceramente que os países apoiem", declarou Blinken ao canal Al Hadath, durante uma visita à Arábia Saudita.
A resolução enviaria um "sinal forte", acrescentou o chefe da diplomacia americana, que até agora vetou as outras iniciativas com pedidos de trégua apresentadas no Conselho de Segurança, e na quarta-feira mudou de posição.
O texto, ao qual a AFP teve acesso, destaca a "necessidade de um cessar-fogo imediato e duradouro para proteger os civis de todas as partes e permitir o fornecimento de ajuda humanitária" e a libertação dos reféns israelenses. Ainda não foi formalizada uma data para a votação no Conselho de Segurança.
O anúncio aconteceu durante uma viagem de Blinken pelo Oriente Médio para pressionar por uma trégua em Gaza. A viagem começou na quarta-feira na Arábia Saudita, continua nesta quinta-feira no Egito e o levará na sexta-feira a Israel.
A preocupação internacional aumenta diante da ameaça de fome e do crescente número de vítimas em Gaza, com os persistentes bombardeios israelenses.
"Estávamos dormindo quando ouvimos uma grande explosão. Corremos na direção da área devastada e foi como se tivesse sido atingida por um terremoto", disse Mahmoud Abu Arar, um deslocado de Rafah, uma cidade no extremo sul de Gaza onde 1,5 milhão de pessoas estão aglomeradas.
A guerra começou em 7 de outubro com um ataque de terroristas do Hamas que mataram 1.160 pessoas, a maioria civis, e sequestraram mais de 250 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
Israel afirma que 130 reféns continuam retidos em Gaza, dos quais 33 teriam sido mortos.
Em represália, Israel iniciou uma ofensiva aérea e terrestre contra Gaza, com o objetivo de "aniquilar" o Hamas, considerado uma organização terrorista pelo governo israelense, assim como por Estados Unidos e União Europeia.
A operação militar deixou mais de 31.988 mortos, a maioria mulheres, adolescentes e crianças, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, governada pelo Hamas.
Negociação estagnada
Os mediadores internacionais - Estados Unidos, Catar e Egito - se esforçam para obter uma trégua, em vão até o momento.
Um dirigente do Hamas em Beirute, Osama Hamdan, declarou na quarta-feira que a resposta de Israel à última proposta do movimento islamista é "globalmente negativa" e poderia levar as negociações "a um ponto de estagnação".
O Hamas propôs na semana passada uma trégua de seis semanas e a libertação de 42 reféns israelenses em troca da liberação de entre 20 e 50 palestinos por cada refém.
Também exigiu a saída do Exército israelense de Gaza e a entrada de mais ajuda humanitária, afirmou Hamdan.
Em um cenário complicado, Blinken iniciou a sexta viagem pelo Oriente Médio desde o início da guerra.
Na Arábia Saudita, Blinken discutiu a "necessidade urgente de proteger todos os civis em Gaza e de aumentar imediatamente a ajuda humanitária", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller.
O chefe da diplomacia americana disse que abordará em suas reuniões "os esforços mobilizados para alcançar um cessar-fogo imediato que garanta a libertação de todos os reféns", assim como a intensificação da ajuda humanitária.
Na Cidade de Gaza, o Exército prosseguiu com a operação contra o hospital Al Shifa, onde, anunciou nesta quinta-feira, matou "mais de 140" combatentes do Hamas.
O objetivo é "não permitir que o local seja controlado" pelo movimento islamista, declarou no local o comandante do Estado-Maior do Exército israelense, Herzi Halevi.
No total, 300 suspeitos foram detidos, incluindo dezenas de dirigentes, segundo o Exército.
Nível crítico de fome
Um dirigente do Hamas em Beirute, Osama Hamdan, declarou na quarta-feira que a resposta de Israel à última proposta do movimento islamista é "globalmente negativa" e poderia levar as negociações "a um ponto de estagnação".
O Hamas propôs na semana passada uma trégua de seis semanas e a libertação de 42 reféns israelenses em troca da liberação de entre 20 e 50 palestinos por cada refém.
Também exigiu a saída do Exército israelense de Gaza e a entrada de mais ajuda humanitária, afirmou Hamdan.
Em um cenário complicado, Blinken iniciou a sexta viagem pelo Oriente Médio desde o início da guerra.
Na Arábia Saudita, Blinken discutiu a "necessidade urgente de proteger todos os civis em Gaza e de aumentar imediatamente a ajuda humanitária", afirmou o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller.
O chefe da diplomacia americana disse que abordará em suas reuniões "os esforços mobilizados para alcançar um cessar-fogo imediato que garanta a libertação de todos os reféns", assim como a intensificação da ajuda humanitária.
Na Cidade de Gaza, o Exército prosseguiu com a operação contra o hospital Al Shifa, onde, anunciou nesta quinta-feira, matou "mais de 140" combatentes do Hamas.
O objetivo é "não permitir que o local seja controlado" pelo movimento islamista, declarou no local o comandante do Estado-Maior do Exército israelense, Herzi Halevi.
No total, 300 suspeitos foram detidos, incluindo dezenas de dirigentes, segundo o Exército.
Nível crítico de fome
As ONGs e as agências da ONU alertam para o risco iminente de fome na Faixa de Gaza, em particular no norte.
Blinken reiterou na terça-feira que toda a população de Gaza enfrenta "níveis severos de insegurança alimentar aguda".
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou que Israel bloqueia a ajuda e isso "poderia ser equivalente ao uso da fome como método de guerra".
Israel impõe atualmente um cerco praticamente total ao território e controla de maneira minuciosa a entrada de ajuda, o que provoca a lentidão do fluxo, principalmente dos suprimentos procedentes do Egito.
"Mais de metade da população vive sob o que chamamos de 'nível crítico de fome'", disse Philippe Lazzarini, diretor da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA).
A Arábia Saudita anunciou na quarta-feira que vai doar 40 milhões de dólares para esta agência, que vários países deixaram de financiar depois de Israel acusar a UNRWA de empregar pessoas com envolvimento direto no ataque de 7 de outubro.
Blinken reiterou na terça-feira que toda a população de Gaza enfrenta "níveis severos de insegurança alimentar aguda".
O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, afirmou que Israel bloqueia a ajuda e isso "poderia ser equivalente ao uso da fome como método de guerra".
Israel impõe atualmente um cerco praticamente total ao território e controla de maneira minuciosa a entrada de ajuda, o que provoca a lentidão do fluxo, principalmente dos suprimentos procedentes do Egito.
"Mais de metade da população vive sob o que chamamos de 'nível crítico de fome'", disse Philippe Lazzarini, diretor da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA).
A Arábia Saudita anunciou na quarta-feira que vai doar 40 milhões de dólares para esta agência, que vários países deixaram de financiar depois de Israel acusar a UNRWA de empregar pessoas com envolvimento direto no ataque de 7 de outubro.
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