Presidente Miguel Díaz-CanelAFP
Publicado 21/03/2024 18:28
A "perseguição energética" e a falta de divisas devido ao embargo dos Estados Unidos estão impedindo Cuba de ter combustível suficiente para gerar eletricidade, afirmou nesta quinta-feira (21) o presidente Miguel Díaz-Canel, após protestos na ilha devido à falta de luz e alimentos.
"Nos últimos meses, temos enfrentado a falta de dois combustíveis para garantir a cobertura da geração elétrica nos momentos de pico, que são o diesel e o óleo combustível", afirmou Díaz-Canel em um vídeo divulgado pela presidência.
O presidente explicou que a escassez se deve "à perseguição energética imposta ao nosso país como parte do bloqueio e também porque nem sempre temos os fundos necessários para comprar esses combustíveis".
No último domingo, grupos de até 500 pessoas foram às ruas da ilha de forma pacífica pedindo "comida e eletricidade", em manifestações que foram as maiores registradas no país desde os protestos históricos de 11 de julho de 2021.
"Temos acumulado longos apagões que incomodam muito a população", admitiu o presidente, que também mencionou as "carências de alimentos" devido às "falhas na distribuição oportuna da cesta básica".
Díaz-Canel afirmou que os Estados Unidos pressionam "empresas fornecedoras de combustível", bem como as companhias de navegação e as seguradoras, para que esse produto não chegue à ilha.
Por mais de seis décadas, os Estados Unidos impuseram um embargo a Cuba, que o ex-presidente Donald Trump (2017-2021) endureceu ao incluir novamente a ilha em sua lista de patrocinadores do terrorismo, uma política que seu sucessor Joe Biden não modificou.
Desde o início de março, Cuba enfrentou um maior número de cortes devido aos trabalhos de manutenção na usina termoelétrica Antonio Guiteras, a mais importante da ilha, localizada na província central de Matanzas.
No último fim de semana, o problema se agravou devido à escassez de combustível no país, necessário para alimentar as outras usinas termoelétricas.
O ministro de Energia e Minas, Vicente de la O Levy, afirmou nesta quinta-feira que no domingo das manifestações houve locais no país que ficaram sem luz por até 18 horas.
Em 2023, a ilha havia se recuperado dos apagões diários que enfrentou quase todo o ano anterior e que provocaram surtos de protestos sociais.
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