Publicado 21/03/2024 19:45
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou, nesta quinta-feira (21), que Israel cometeria "um erro" ao lançar uma ofensiva terrestre em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, e avaliou que um acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas ainda é "possível".
"As brechas estão diminuindo" nas negociações em curso em Doha, disse o diplomata em uma coletiva de imprensa na capital egípcia. "É difícil de conseguir, mas acredito que [um acordo] ainda é possível", destacou.
Blinken havia anunciado na quarta-feira que os Estados Unidos, aliados históricos de Israel, apresentaram um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU para pedir um "cessar-fogo imediato ligado à libertação dos reféns" mantidos em Gaza por comandos islamistas desde o início da guerra há mais de cinco meses.
O texto, consultado pela AFP, destaca "a necessidade de um cessar-fogo imediato e duradouro para proteger os civis de todas as partes e permitir o fornecimento de ajuda humanitária" e a libertação dos reféns israelenses.
Até agora, os Estados Unidos vetaram várias resoluções do Conselho de Segurança que pediam um cessar-fogo, considerando que beneficiariam o movimento islamista Hamas, no poder em Gaza, mas agora aumentam a pressão sobre Israel, pedindo-lhe que priorize a proteção dos civis do território palestino.
Ainda não foi formalizada uma data para a votação no Conselho de Segurança.
Os países da União Europeia defenderam nesta quinta-feira, em uma cúpula em Bruxelas, uma "pausa humanitária imediata" na guerra e disseram estar "horrorizados" com a situação em Gaza. Também instaram Israel a "não realizar uma operação terrestre contra Rafah".
Paisagem em ruínas
"As brechas estão diminuindo" nas negociações em curso em Doha, disse o diplomata em uma coletiva de imprensa na capital egípcia. "É difícil de conseguir, mas acredito que [um acordo] ainda é possível", destacou.
Blinken havia anunciado na quarta-feira que os Estados Unidos, aliados históricos de Israel, apresentaram um projeto de resolução ao Conselho de Segurança da ONU para pedir um "cessar-fogo imediato ligado à libertação dos reféns" mantidos em Gaza por comandos islamistas desde o início da guerra há mais de cinco meses.
O texto, consultado pela AFP, destaca "a necessidade de um cessar-fogo imediato e duradouro para proteger os civis de todas as partes e permitir o fornecimento de ajuda humanitária" e a libertação dos reféns israelenses.
Até agora, os Estados Unidos vetaram várias resoluções do Conselho de Segurança que pediam um cessar-fogo, considerando que beneficiariam o movimento islamista Hamas, no poder em Gaza, mas agora aumentam a pressão sobre Israel, pedindo-lhe que priorize a proteção dos civis do território palestino.
Ainda não foi formalizada uma data para a votação no Conselho de Segurança.
Os países da União Europeia defenderam nesta quinta-feira, em uma cúpula em Bruxelas, uma "pausa humanitária imediata" na guerra e disseram estar "horrorizados" com a situação em Gaza. Também instaram Israel a "não realizar uma operação terrestre contra Rafah".
Paisagem em ruínas
A guerra eclodiu em 7 de outubro com uma incursão de milicianos islamistas que mataram 1.160 pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, segundo uma contagem da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Israel afirma que 130 reféns ainda estão cativos em Gaza, dos quais 33 teriam morrido.
Em retaliação, o Exército israelense lançou uma ofensiva aérea e terrestre contra Gaza, com o objetivo de "aniquilar" o Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel, bem como pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Até o momento, esta operação militar deixou 31.988 mortos, a grande maioria civis, segundo o último balanço do Ministério da Saúde de Gaza, que também relatou 65 mortes por bombardeios israelenses nas últimas 24 horas.
Na Cidade de Gaza, no norte da Faixa, o exército deu continuidade à operação contra o hospital Al Shifa, onde afirmou ter matado "mais de 140" combatentes do Hamas.
Centenas de civis continuaram fugindo do complexo hospitalar e de seus arredores em direção à costa do Mediterrâneo.
As imagens da AFP também mostraram densas nuvens de fumaça sobre Khan Yunis, no sul. Em Rafah, os residentes vasculhavam os escombros das casas, em uma paisagem em ruínas.
'Crianças estão morrendo de fome'
Israel afirma que 130 reféns ainda estão cativos em Gaza, dos quais 33 teriam morrido.
Em retaliação, o Exército israelense lançou uma ofensiva aérea e terrestre contra Gaza, com o objetivo de "aniquilar" o Hamas, considerado uma organização terrorista por Israel, bem como pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Até o momento, esta operação militar deixou 31.988 mortos, a grande maioria civis, segundo o último balanço do Ministério da Saúde de Gaza, que também relatou 65 mortes por bombardeios israelenses nas últimas 24 horas.
Na Cidade de Gaza, no norte da Faixa, o exército deu continuidade à operação contra o hospital Al Shifa, onde afirmou ter matado "mais de 140" combatentes do Hamas.
Centenas de civis continuaram fugindo do complexo hospitalar e de seus arredores em direção à costa do Mediterrâneo.
As imagens da AFP também mostraram densas nuvens de fumaça sobre Khan Yunis, no sul. Em Rafah, os residentes vasculhavam os escombros das casas, em uma paisagem em ruínas.
'Crianças estão morrendo de fome'
Blinken, em sua sexta viagem ao Oriente Médio desde o início da guerra, se reuniu no Cairo com o presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, para discutir formas de alcançar um cessar-fogo, antes de se encontrar com seus colegas de cinco países árabes: Egito, Catar, Arábia Saudita, Jordânia e Emirados Árabes Unidos.
Esses ministros das Relações Exteriores pediram conjuntamente um "cessar-fogo completo e imediato" e "a abertura de todas as passagens fronteiriças entre Israel e a Faixa de Gaza" para permitir a passagem de ajuda humanitária.
As conversações para um acordo de cessar-fogo continuam em Doha, entre os mediadores internacionais (Estados Unidos, Catar e Egito).
O chefe do Mossad, serviço de inteligência israelense, David Barnea, e o chefe da CIA, William Burns, estão programados para se encontrar na capital catari na sexta-feira, informou o governo israelense.
O Hamas propôs na semana passada um cessar-fogo de seis semanas e a libertação de 42 reféns israelenses em troca da libertação de entre 20 e 50 palestinos por refém. Também exige a retirada do Exército israelense de Gaza e uma maior entrada de ajuda humanitária.
A preocupação aumenta especialmente devido à anunciada ofensiva terrestre em Rafah, cidade no extremo sul de Gaza, onde vivem cerca de 1,5 milhão de palestinos.
Uma grande operação lá seria "um erro", disse Blinken nesta quinta-feira. "Existem melhores maneiras de lidar com a ameaça que o Hamas representa".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirma que uma ofensiva em Rafah é necessária para derrotar o movimento islamista.
Por outro lado, ONGs e agências da ONU continuam a alertar sobre o risco iminente de fome na Faixa de Gaza, especialmente no norte.
Vários países estão organizando lançamentos aéreos de alimentos. Também foi aberto um corredor marítimo de Chipre para Gaza, mas a comunidade internacional reitera que essas rotas não substituem as entregas terrestres.
"As crianças estão morrendo de fome. Estão privadas de alimentos", alertou o Comitê dos Direitos da Criança da ONU, reiterando seu pedido de um cessar-fogo.
Israel impõe atualmente um cerco praticamente total ao território palestino e controla rigorosamente toda a ajuda que entra, o que retarda o encaminhamento, principalmente a partir do Egito.
Esses ministros das Relações Exteriores pediram conjuntamente um "cessar-fogo completo e imediato" e "a abertura de todas as passagens fronteiriças entre Israel e a Faixa de Gaza" para permitir a passagem de ajuda humanitária.
As conversações para um acordo de cessar-fogo continuam em Doha, entre os mediadores internacionais (Estados Unidos, Catar e Egito).
O chefe do Mossad, serviço de inteligência israelense, David Barnea, e o chefe da CIA, William Burns, estão programados para se encontrar na capital catari na sexta-feira, informou o governo israelense.
O Hamas propôs na semana passada um cessar-fogo de seis semanas e a libertação de 42 reféns israelenses em troca da libertação de entre 20 e 50 palestinos por refém. Também exige a retirada do Exército israelense de Gaza e uma maior entrada de ajuda humanitária.
A preocupação aumenta especialmente devido à anunciada ofensiva terrestre em Rafah, cidade no extremo sul de Gaza, onde vivem cerca de 1,5 milhão de palestinos.
Uma grande operação lá seria "um erro", disse Blinken nesta quinta-feira. "Existem melhores maneiras de lidar com a ameaça que o Hamas representa".
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirma que uma ofensiva em Rafah é necessária para derrotar o movimento islamista.
Por outro lado, ONGs e agências da ONU continuam a alertar sobre o risco iminente de fome na Faixa de Gaza, especialmente no norte.
Vários países estão organizando lançamentos aéreos de alimentos. Também foi aberto um corredor marítimo de Chipre para Gaza, mas a comunidade internacional reitera que essas rotas não substituem as entregas terrestres.
"As crianças estão morrendo de fome. Estão privadas de alimentos", alertou o Comitê dos Direitos da Criança da ONU, reiterando seu pedido de um cessar-fogo.
Israel impõe atualmente um cerco praticamente total ao território palestino e controla rigorosamente toda a ajuda que entra, o que retarda o encaminhamento, principalmente a partir do Egito.
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