Publicado 22/03/2024 10:06
O governo de Israel anunciou nesta sexta-feira (22) a apreensão de 800 hectares de terras no Vale do Jordão, na Cisjordânia ocupada, no mesmo dia da visita do secretário de Estado americano, Antony Blinken. Esta é a maior apreensão de terras em território palestino desde os acordos de paz de Oslo em 1993, segundo a organização israelense contrária à colonização Paz Agora.
O ministro israelense das Finanças, o político de extrema direita Bezalel Smotrich, declarou a área em questão, no norte do Vale do Jordão, como "terras do Estado". Israel ocupa a Cisjordânia desde a guerra dos Seis Dias de 1967.
"Alguns em Israel e no mundo tentam minar nossos direitos sobre Judeia e Samaria e o país em geral, mas estamos promovendo assentamentos com base no trabalho duro e de forma estratégica em todo o país", argumentou Smotrich, utilizando a terminologia israelense para a Cisjordânia.
Os assentamentos israelenses nos territórios palestinos são ilegais segundo a legislação internacional. Smotrich, que lidera o partido Sionismo Religioso, vive em uma colônia.
Apesar das muitas críticas no exterior, Israel reforçou a colonização em vários pontos da Cisjordânia, que atualmente é o lar de quase meio milhão de israelenses, no meio de uma população de quase três milhões de palestinos.
O comissário de Direitos Humanos da ONU relatou uma aceleração da construção nas colônias desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, e afirmou que isto dificulta ainda mais a criação de um Estado palestino viável territorialmente.
O próprio Blinken criticou a expansão da colonização como algo "contraproducente para alcançar uma paz duradoura" com os palestinos.
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