Publicado 27/03/2024 11:18
A humanidade desperdiçou por dia o equivalente a um bilhão de refeições por dia em 2022, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira (27) pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Esse cálculo é provisório e a quantidade de alimentos desperdiçados "pode ser muito maior", aponta o Índice de Desperdício de Alimentos.
Embora ainda existam 800 milhões de pessoas que sofrem de fome, o mundo desperdiçou mais de um bilhão de toneladas de alimentos em 2022, o equivalente a mais de 1 trilhão de dólares (5,21 trilhões de reais na cotação da época).
Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido e "uma tragédia global", alertava o texto.
"Milhões de pessoas passarão fome hoje enquanto os alimentos são desperdiçados em todo o mundo", disse Inger Andersen, diretora-executiva do Programa. E não é apenas um fracasso moral, mas também "ambiental", acrescentou.
O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 do que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos.
O relatório, em conjunto com a organização sem fins lucrativos WRAP, é o segundo sobre desperdício global de alimentos elaborado pela ONU.
A medida que a coleta de dados melhora, a verdadeira magnitude do problema se torna mais clara, disse Clementine O'Connor, do PNUMA.
"Para mim, é simplesmente assustador", disse Richard Swannell, do WRAP, à AFP. "Seria realmente possível alimentar todas as pessoas atualmente famintas no mundo com uma refeição por dia, apenas com a comida que é desperdiçada a cada ano", afirmou.
Restaurantes, refeitórios e hotéis foram responsáveis por 28% do total de desperdício de alimentos em 2022, enquanto o comércio varejista como açougues e mercearias descartou 12%. Os maiores culpados foram os lares, que representaram 60%, cerca de 631 milhões de toneladas.
Muito disso acontece porque as pessoas simplesmente compram mais alimentos do que precisam, mas também calculam mal o tamanho das porções e não comem sobras, disse Swannell.
Outro problema são as datas de validade. Existem produtos perfeitamente bons que são jogados fora porque as pessoas presumem incorretamente que estragaram.
O relatório explica que muitos dos alimentos, especialmente no mundo em desenvolvimento, se perdem no transporte ou estragam devido à falta de refrigeração.
Ao contrário da crença popular, o desperdício alimentar não é um problema apenas dos "países ricos" e pode ser observado em todo o mundo. Os países com climas mais quentes também geram mais resíduos, possivelmente devido ao maior consumo de alimentos frescos.
'Efeitos devastadores'
Esse cálculo é provisório e a quantidade de alimentos desperdiçados "pode ser muito maior", aponta o Índice de Desperdício de Alimentos.
Embora ainda existam 800 milhões de pessoas que sofrem de fome, o mundo desperdiçou mais de um bilhão de toneladas de alimentos em 2022, o equivalente a mais de 1 trilhão de dólares (5,21 trilhões de reais na cotação da época).
Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido e "uma tragédia global", alertava o texto.
"Milhões de pessoas passarão fome hoje enquanto os alimentos são desperdiçados em todo o mundo", disse Inger Andersen, diretora-executiva do Programa. E não é apenas um fracasso moral, mas também "ambiental", acrescentou.
O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 do que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos.
O relatório, em conjunto com a organização sem fins lucrativos WRAP, é o segundo sobre desperdício global de alimentos elaborado pela ONU.
A medida que a coleta de dados melhora, a verdadeira magnitude do problema se torna mais clara, disse Clementine O'Connor, do PNUMA.
"Para mim, é simplesmente assustador", disse Richard Swannell, do WRAP, à AFP. "Seria realmente possível alimentar todas as pessoas atualmente famintas no mundo com uma refeição por dia, apenas com a comida que é desperdiçada a cada ano", afirmou.
Restaurantes, refeitórios e hotéis foram responsáveis por 28% do total de desperdício de alimentos em 2022, enquanto o comércio varejista como açougues e mercearias descartou 12%. Os maiores culpados foram os lares, que representaram 60%, cerca de 631 milhões de toneladas.
Muito disso acontece porque as pessoas simplesmente compram mais alimentos do que precisam, mas também calculam mal o tamanho das porções e não comem sobras, disse Swannell.
Outro problema são as datas de validade. Existem produtos perfeitamente bons que são jogados fora porque as pessoas presumem incorretamente que estragaram.
O relatório explica que muitos dos alimentos, especialmente no mundo em desenvolvimento, se perdem no transporte ou estragam devido à falta de refrigeração.
Ao contrário da crença popular, o desperdício alimentar não é um problema apenas dos "países ricos" e pode ser observado em todo o mundo. Os países com climas mais quentes também geram mais resíduos, possivelmente devido ao maior consumo de alimentos frescos.
'Efeitos devastadores'
As empresas também contribuem para o problema porque é barato descartar produtos não utilizados graças aos aterros. "É mais rápido e fácil descartar atualmente porque a taxa de lixo é zero ou muito baixa", disse O'Connor.
O desperdício de alimentos tem "efeitos devastadores" para as pessoas e o planeta, disse o informe. A conversão de ecossistemas naturais em agricultura é uma das principais causas da perda de habitat, mas o desperdício de alimentos ocupa o equivalente a quase 30% da terra destinada ao uso agrícola.
"Se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do planeta atrás dos Estados Unidos e China", disse Swannell.
O desperdício de alimentos tem "efeitos devastadores" para as pessoas e o planeta, disse o informe. A conversão de ecossistemas naturais em agricultura é uma das principais causas da perda de habitat, mas o desperdício de alimentos ocupa o equivalente a quase 30% da terra destinada ao uso agrícola.
"Se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do planeta atrás dos Estados Unidos e China", disse Swannell.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.