Bandeira de Israel Reprodução
Publicado 29/03/2024 17:18
Israel criticou nesta sexta-feira (29) um relatório das Nações Unidas que alerta sobre a iminente fome na Faixa de Gaza, afirmando que a avaliação contém imprecisões, fontes duvidosas e lacunas.
Segundo o relatório do quadro integrado de classificação da segurança alimentar (IPC) publicado na semana passada, um em cada dois habitantes do território palestino enfrentava uma situação alimentar catastrófica, em especial no norte de Gaza, ameaçado pela fome, conclusões que causaram preocupação na comunidade internacional.
Israel "reconhece as consequências infelizes da guerra na população civil de Gaza", declarou o órgão do Ministério da Defesa israelense que coordena as atividades civis do Exército nos territórios palestinos (Cogat).
"Mas Israel não é responsável pela distribuição de alimentos em Gaza", acrescentou, e acusou as agências da ONU de serem incapazes de administrar a quantidade de ajuda que chega lá diariamente.
"O tempo todo, centenas de caminhões ficam bloqueados do lado de Gaza, no cruzamento de Kerem Shalom, após serem totalmente revistados pelas autoridades israelenses", disse o Cogat.
As relações estão tensas entre algumas agências da ONU e Israel, especialmente a Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA).
Na semana passada, a UNRWA afirmou que Israel havia proibido definitivamente a entrega de ajuda no norte da Faixa de Gaza.
O Cogat também questionou a precisão de uma parte do relatório que indicava que uma média diária de 500 caminhões, dos quais 150 com alimentos, chegava a Gaza antes do início da guerra em 7 de outubro, em comparação com 60 depois.
"Antes da guerra, apenas 70 caminhões transportando alimentos chegavam diariamente, em média", declarou o Cogat, sem citar fontes.
Israel também criticou o fato de a avaliação do IPC citar o número de vítimas fornecido pelo Ministério da Saúde do Hamas, alegando que os membros da organização que classifica como "terrorista" têm um "interesse estratégico" em fornecer informações erradas.
Além disso, estimou que o relatório contém muitos erros factuais, como recorrer a fontes problemáticas e excluir informações importantes.
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