Dezenas de pessoas bloquearam uma das principais avenidas da cidadeReprodução / Internet
Publicado 30/03/2024 08:50
O assassinato de uma menina de oito anos desencadeou a revolta na cidade de Taxco, no sul do México, cujos moradores lincharam a suposta responsável, em um caso que agrava a crise de segurança nesse destino turístico assolado pelo crime organizado.
O linchamento ocorreu na quinta-feira (28), depois que dezenas de pessoas bloquearam uma das principais avenidas da cidade, a cerca de 170 km da Cidade do México, horas após o corpo da criança ser encontrado em uma estrada.
Em comunicado, a Promotoria do estado de Guerrero, ao qual pertence Taxco, informou na quinta que está investigando o assassinato da menina como "feminicídio" e "o homicídio qualificado" da mulher linchada.
"Minha solidariedade está com a família (da criança), o futuro não se entende sem justiça", escreveu nesta sexta-feira a governadora de Guerrero, Evelyn Salgado.
Após o bloqueio, os moradores se dirigiram a uma casa onde estava a mulher ao lado de dois homens, exigindo da polícia sua prisão.
Anteriormente, havia circulado nas redes sociais um vídeo de câmeras de segurança do momento em que supostamente a mulher e um homem colocam uma bolsa preta no porta-malas de um carro, onde estaria a menor morta.
Diante da falta da ordem de prisão, a população retirou da casa a mulher e outros dois homens, um dos quais estaria nas imagens.
Os três foram espancados a chutes e com paus. Os dois homens estão em hospitais de Taxco, conhecida por seus edifícios coloniais e venda de joias de prata.
Na sexta-feira, o Ministério Público anunciou a detenção de um homem "por crime contra menor de idade", sem explicar se era um dos dois espancados.
A polícia não impediu o linchamento porque a multidão enfurecida os tinha molhado com gasolina.
A menina desapareceu na quarta-feira e sua mãe recebeu ligações anônimas pedindo dinheiro para libertá-la, disse um parente à mídia local.
No México, ocorrem anualmente inúmeros linchamentos de supostos criminosos por parte de cidadãos. Especialistas em segurança relacionam esse fenômeno à percepção de impunidade.
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