Escombros de um prédio anexo à embaixada iraniana, na Síria AFP
Publicado 02/04/2024 12:22
O Irã afirmou nesta terça-feira (2) que Israel e Estados Unidos responderão pelo ataque de segunda-feira que matou 13 pessoas, incluindo sete membros da Guarda Revolucionária iraniana em Damasco, na Síria. A ameaça representa um acirramento ainda maior no Oriente Médio.
O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, advertiu que "o regime perverso sionista será castigado". Já presidente do Irã, Ebrahim Raisi, afirmou que o "crime covarde não ficará sem resposta".

"Dia após dia, somos testemunhas do fortalecimento da frente de resistência e do desgosto e o ódio das nações livres contra a natureza ilegítima de Israel", declarou Raisi.
O presidente iraniano condenou o que chamou de "ato desumano, agressivo e desprezível de invasão e violação flagrante das normas internacionais".

Segundo Raisi, Israel "incluiu os assassinatos indiscriminados na agenda", depois de ter sofrido "derrotas reiteradas e fracassos contra a fé e a vontade da Frente de Resistência, mas deve saber que nunca alcançará seus objetivos sinistros com meios tão desumanos".

O bombardeio, atribuído a Israel, contra a seção consular da embaixada iraniana em Damasco deixou 13 mortos, incluindo sete integrantes da Guarda Revolucionária iraniana.

O ataque incluiu "seis mísseis disparados por caças F-35", segundo Teerã, os primeiros direcionados contra um edifício diplomático iraniano na Síria, um país em guerra civil desde 2011 e onde o Irã e seus aliados apoiam o governo do presidente Bashar al Assad.

O Irã também enviou uma "mensagem importante aos Estados Unidos", na qual destacou que Washington "deve ser considerado responsável" pelo ataque devido a seu apoio a Israel.

A mensagem, que não teve o conteúdo revelado, foi transmitida a "um funcionário da embaixada da Suíça", que representa os interesses americanos no Irã, informou o ministro das Relações Exteriores, Hossein Amir Abdollahian.

Debate na ONU 
Os Estados Unidos afirmaram ao Irã que não tiveram envolvimento no ataque ao edifício que abrigava o consulado e a residência do embaixador iraniano na Síria, segundo uma fonte do governo citada pelo site de notícias "Axios".

O Conselho de Segurança da ONU programou para esta terça-feira uma sessão pública sobre o ataque, solicitada pelo representante russo no organismo, Dmitri Polianski. O Irã pediu ao Conselho de Segurança para "condenar este ataque terrorista perpetrado pelo regime israelenses nos termos mais fortes possíveis".

Teerã, que apoia o governo do presidente Bashar al Assad, prometeu responder ao ataque.

O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã se reuniu na noite de segunda-feira, na presença de Raisi, e tomou as "decisões necessárias", informou o governo em um comunicado, sem revelar mais detalhes.

O governo da China condenou nesta terça-feira o bombardeio. "Não se pode violar a segurança das instituições diplomáticas e é necessário respeitar a soberania, independência e integridade territorial da Síria", afirmou o porta-voz da

A União Europeia (UE) pediu moderação. "Estamos alarmados com o suposto ataque israelense contra um edifício diplomático iraniano na capital síria (...) É importante mostrar moderação", disse um porta-voz da Comissão Europeia, o braço Executivo do bloco europeu.

O Iraque destacou que o ataque na Síria pode provocar "mais caos e instabilidade" ao Oriente Médio, em um contexto de temor de que a guerra entre Israel e o movimento palestino Hamas na Faixa de Gaza se transforme em um conflito regional.

O Irã declarou repetidamente seu apoio ao Hamas e acusa Israel de provocar um "genocídio", mas negou qualquer intervenção direta no conflito.
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