Publicado 04/04/2024 22:46 | Atualizado 05/04/2024 18:33
A Human Rights Watch (HRW) acusou Israel, nesta quinta-feira (4), de ter cometido um "aparente crime de guerra" em um ataque realizado em outubro, contra um prédio residencial, que deixou 106 civis mortos, incluindo 54 crianças. Segundo a ONG, "não havia nenhum alvo militar" no edifício, o que tornaria o ataque ilegal pelo direito internacional.
Ao menos 350 pessoas estavam no prédio quando foi bombardeado por Israel, no dia 31 de outubro, segundo testemunhas. O edifício de seis andares estava localizado no campo de deslocados de Nuseirat, no centro de Gaza. Esse ataque foi um dos mais mortais para civis desde o início da ofensiva militar israelense, em 7 de outubro, lançada em resposta ao ataque do grupo terrorista Hamas contra o seu território.
"A Human Rights Watch não encontrou nenhuma evidência de um alvo militar nas proximidades do prédio no momento do ataque israelense, o que torna o ataque ilegalmente indiscriminado de acordo com as leis de guerra. As autoridades israelenses não forneceram nenhuma justificativa para o ataque", diz o comunicado da HRW.
A investigação também concluiu que nenhuma das testemunhas entrevistadas recebeu algum tipo de aviso das autoridades israelenses para sair do prédio antes do ataque. Quatro projéteis foram lançados contra o edifício em um intervalo de 10 segundos, que deixaram a construção totalmente destruída.
A investigação da HRW foi realizada por entrevistas telefônicas com 16 pessoas, análise de imagens de satélite e de 35 fotos e 45 vídeos.
O Exército de Israel não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários da AFP. De acordo com a ONG, as autoridades israelenses não responderam a uma carta da Human Rights Watch de 13 de março resumindo as descobertas e solicitando informações específicas.
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