Netanyahu, primeiro-ministro de IsraelReprodução/Redes Sociais
Publicado 08/04/2024 14:53
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira (8) que há uma data para a ofensiva contra Rafah, cidade no sul da Faixa de Gaza que Israel afirma ser o último reduto do movimento palestino Hamas.

Netanyahu não especificou a data da invasão, mas reiterou que a vitória contra o Hamas "requer a entrada em Rafah e a eliminação dos batalhões terroristas que estão lá. Isso vai acontecer, há uma data".
Pressão e preparação para o ataque
Israel enfrenta uma pressão internacional crescente para acabar com a guerra. O governo dos Estados Unidos, principal aliado do país, exigiu na semana passada um acordo de cessar-fogo e a libertação dos reféns, assim como o aumento da entrega de ajuda humanitária.
O país retirou no domingo suas forças do sul da Faixa de Gaza, mas seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, declarou que a saída da cidade Khan Yunis aconteceu "para preparar missões futuras, inclusive (...) em Rafah".

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que Israel está "a um passo da vitória". Muitos palestinos deslocados retornaram caminhando para Khan Yunis após a saída dos soldados, com a esperança de retornar para suas casas dos abrigos temporários em Rafah, um pouco mais ao sul.

Muhammad Yunis, um palestino de 51 anos do norte de Gaza, disse que encontrou apenas destruição. "Os bombardeios, mortes e destruição não são suficientes? Há corpos sob os escombros, podemos sentir o fedor", disse.

Maha Thaer, mãe de quatro filhos que retornou a Khan Yunis, disse que retornará a seu apartamento destruído porque, "mesmo que não esteja habitável, sempre é melhor que as barracas".
A guerra

O confronto começou em 7 de outubro, quando o Hamas invadiu o sul de Israel e matou 1.170 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses. Entre os mortos estavam mais de 300 militares.

Os combatentes palestinos também sequestraram 250 pessoas, das quais 129 ainda estão presas em Gaza, incluindo 34 que as autoridades israelenses acreditam que foram mortas.

A ofensiva aérea e terrestre efetuada por Israel em resposta deixou 33.175 mortos em Gaza, de acordo com o balanço mais recente do Ministério da Saúde do território palestino, que é governado pelo Hamas desde 2007.

Negociações
O canal Al-Qahera relatou "progressos significativos em vários pontos de divergência do acordo" para uma trégua na guerra. A emissora destacou que as negociações prosseguirão nos próximos dias, segundo uma fonte de alto escalão do governo egípcio.

"Israel está pronto para um acordo, Israel não está pronto para se render", afirmou Netanyahu a seu gabinete. Ele acrescentou que "não haverá trégua sem o retorno dos reféns".

Netanyahu enfrenta uma pressão cada vez mais intensa do presidente americano Joe Biden - cujo governo é o principal fornecedor de armas e apoio político de Israel - para acabar com a guerra e melhorar a situação humanitária.

A pressão aumentou desde 1º de abril, quando sete trabalhadores humanitários da ONG World Central Kitchen morreram em um ataque israelense com drones.

Grandes faixas de território de Gaza foram reduzidas a escombros, com danos à infraestrutura calculados em 18,5 bilhões de dólares, segundo o Banco Mundial.

Várias ONGs acusam Israel de bloquear a entrega de ajuda, mas o país defende suas ações e acusa as organizações de falta de capacidade para distribuir a ajuda quando esta entra em Gaza.

"A negação das necessidades básicas – alimentos, combustível, saúde, abrigo, segurança – é desumana e intolerável", escreveu o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, na rede social X.
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