Publicado 11/04/2024 19:45 | Atualizado 11/04/2024 19:46
A ONG britânica Earthsight acusa em um relatório as empresas do setor têxtil H&M e Zara de estarem ligadas a atividades de desmatamento ilegal em larga escala no Brasil, apropriação de terras, corrupção e violência nas plantações de algodão de empresas terceirizadas.
Com base em imagens de satélite, decisões judiciais, registros de envio de produtos e investigações confidenciais, a Earthsight compilou e analisou dados publicados em um relatório publicado nesta quinta-feira: "Crimes da moda: gigantes europeus da moda vinculados ao algodão sujo no Brasil".
A ONG afirma que acompanhou a viagem de 816 mil toneladas de algodão procedentes de duas das maiores empresas agroindustriais do Brasil – a SLC Agrícola e o Grupo Horita –, no oeste do estado da Bahia.
As famílias brasileiras proprietárias das fazendas têm "um histórico pesado de processos judiciais, condenações por corrupção e milhões de dólares em multas por desmatamento ilegal", denuncia a ONG.
E desenvolvem suas atividades em uma parte da região do Cerrado, bioma famoso pela riqueza de sua fauna e flora.
As toneladas de algodão seguiram para oito fábricas têxteis da Ásia, onde são abastecidas as duas gigantes da 'fast fashion', a espanhola Zara e a sueca H&M.
Todo o algodão estava certificado como "sustentável" pela organização sem fins lucrativos 'Better Cotton' (BC), segundo a Earthsight.
"Para garantir que o algodão procede de uma fonte ética, as duas empresas se baseiam no algodão fornecido pelos agricultores certificados pela Better Cotton, o sistema de certificação de algodão sustentável mais conhecido do mundo, mas que tem lacunas profundas", lamenta a Earthsight.
"Levamos muito a sério as acusações contra a Better Cotton, que proíbe estritamente práticas como usurpação de terras e desmatamento em suas especificações de condições", respondeu à AFP a Inditex, matriz da Zara. O grupo afirmou que solicitou os resultados da investigação independente “o mais rápido possível”.
A H&M declarou à AFP que "as conclusões do relatório da Earthsight são muito preocupantes e as levamos muito a sério". O grupo sueco afirma que foi "um dos primeiros a passar para o algodão 100% orgânico, reciclado ou de origem sustentável" e que está "acompanhando as conclusões da investigação" em diálogo estreito com a Better Cotton.
Auditoria independente
Com base em imagens de satélite, decisões judiciais, registros de envio de produtos e investigações confidenciais, a Earthsight compilou e analisou dados publicados em um relatório publicado nesta quinta-feira: "Crimes da moda: gigantes europeus da moda vinculados ao algodão sujo no Brasil".
A ONG afirma que acompanhou a viagem de 816 mil toneladas de algodão procedentes de duas das maiores empresas agroindustriais do Brasil – a SLC Agrícola e o Grupo Horita –, no oeste do estado da Bahia.
As famílias brasileiras proprietárias das fazendas têm "um histórico pesado de processos judiciais, condenações por corrupção e milhões de dólares em multas por desmatamento ilegal", denuncia a ONG.
E desenvolvem suas atividades em uma parte da região do Cerrado, bioma famoso pela riqueza de sua fauna e flora.
As toneladas de algodão seguiram para oito fábricas têxteis da Ásia, onde são abastecidas as duas gigantes da 'fast fashion', a espanhola Zara e a sueca H&M.
Todo o algodão estava certificado como "sustentável" pela organização sem fins lucrativos 'Better Cotton' (BC), segundo a Earthsight.
"Para garantir que o algodão procede de uma fonte ética, as duas empresas se baseiam no algodão fornecido pelos agricultores certificados pela Better Cotton, o sistema de certificação de algodão sustentável mais conhecido do mundo, mas que tem lacunas profundas", lamenta a Earthsight.
"Levamos muito a sério as acusações contra a Better Cotton, que proíbe estritamente práticas como usurpação de terras e desmatamento em suas especificações de condições", respondeu à AFP a Inditex, matriz da Zara. O grupo afirmou que solicitou os resultados da investigação independente “o mais rápido possível”.
A H&M declarou à AFP que "as conclusões do relatório da Earthsight são muito preocupantes e as levamos muito a sério". O grupo sueco afirma que foi "um dos primeiros a passar para o algodão 100% orgânico, reciclado ou de origem sustentável" e que está "acompanhando as conclusões da investigação" em diálogo estreito com a Better Cotton.
Auditoria independente
A organização Better Cotton disse à Earthsight que "confiou a um auditor independente a missão de fazer visitas de verificação reforçadas" após a divulgação do relatório da ONG.
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que tem entre seus membros os produtores denunciados, informou que havia trabalhado com eles para fornecer à Earthsight evidências para contrapor o relatório. “Infelizmente, estas foram largamente ignoradas.”
“A Abrapa condena inequivocamente quaisquer práticas que prejudiquem a conservação ambiental, violem os direitos humanos ou prejudiquem as comunidades locais", acrescentou.
Os Estados-Membros do Conselho Europeu aprovaram no mês passado uma legislação que cria um "dever de vigilância" que impõe às empresas da UE obrigações para proteger o meio ambiente e os direitos humanos em suas cadeias de produção em escala mundial.
A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que tem entre seus membros os produtores denunciados, informou que havia trabalhado com eles para fornecer à Earthsight evidências para contrapor o relatório. “Infelizmente, estas foram largamente ignoradas.”
“A Abrapa condena inequivocamente quaisquer práticas que prejudiquem a conservação ambiental, violem os direitos humanos ou prejudiquem as comunidades locais", acrescentou.
Os Estados-Membros do Conselho Europeu aprovaram no mês passado uma legislação que cria um "dever de vigilância" que impõe às empresas da UE obrigações para proteger o meio ambiente e os direitos humanos em suas cadeias de produção em escala mundial.
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