País vive cenário de violência causado por ganguesJoaquin Sarmiento/AFP
Publicado 12/04/2024 15:13
Quase 100 mil pessoas fugiram da área metropolitana de Porto Príncipe no último mês devido à intensificação dos ataques de gangues armadas, anunciou nesta sexta-feira (12) a Organização Internacional para as Migrações (OIM) das Nações Unidas.
Segundo dados recolhidos nas estações rodoviárias mais utilizadas, a OIM constatou que entre 8 de março e 9 de abril, 94.821 pessoas fugiram da capital com destino principalmente aos departamentos do Grande Sul, que já acolhem 116 mil deslocados que fugiram nos últimos meses, disse a OIM em comunicado.
O número anterior da OIM reportava 53 mil pessoas deslocadas entre 8 e 27 de março. A agência ressalta que esses números não refletem necessariamente todo o fluxo, já que alguns deslocados não passam pelos pontos onde os dados são coletados.
As províncias de destino "não têm infraestruturas suficientes e as comunidades de acolhimento não têm recursos suficientes que lhes permitam enfrentar estes fluxos massivos de pessoas deslocadas da capital", comenta a OIM.
De acordo com os dados, a maioria (63%) das quase 100 mil pessoas que fugiram da capital já estava deslocada internamente, muitas vezes refugiada primeiro com familiares na área metropolitana de Porto Príncipe. Alguns já haviam sido deslocados duas, três ou mais vezes.
Mas a OIM observou um novo fenômeno: embora no início de março os deslocados internos tenham sido os primeiros a abandonar a capital, com o tempo, aqueles que não tinham sido deslocados antes também decidiram partir.
"Isso descreve ainda mais a deterioração da situação na capital, já que sair da capital poderia ser uma decisão relativamente mais rápida para alguém que já estava deslocado do que para alguém que ainda estava em casa e decidiu sair para procurar refúgio nas províncias", comenta a agência da ONU.
A grande maioria (78%) das pessoas entrevistadas pela OIM no âmbito deste exercício de coleta de dados afirmou que abandonou a capital devido à violência, e 66% disse que ficaria longe "o tempo que fosse necessário".
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