Publicado 24/04/2024 16:53
Israel anunciou nesta quarta-feira (24) que lançou uma "ação ofensiva" no sul do Líbano, na qual bombardeou posições do movimento xiita pró-Irã Hezbollah, e continua bombardeando a Faixa de Gaza em sua guerra contra o Hamas.
O grupo islamista palestino divulgou no mesmo dia um vídeo de um homem, de dupla nacionalidade americana e israelense, apresentado como um dos 129 reféns sequestrados em seu ataque de 7 de outubro no sul de Israel.
Na fronteira norte, as forças israelenses declararam que suas operações cobrem "todo o sul" do Líbano e afirmaram que bombardearam 40 alvos do Hezbollah na região de Aita al Shaab.
"Várias forças estão mobilizadas na fronteira", anunciou nesta quarta o ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmando que "metade" dos comandantes do movimento libanês na região foi "eliminada" nos confrontos dos últimos meses e que "a outra metade se esconde e deixa o terreno às operações" militares israelenses.
Até o momento, o Hezbollah não reagiu e a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês) indicou que não foram registrados confrontos na fronteira.
O grupo pró-Irã libanês reivindicou o lançamento de "dezenas" de foguetes contra o norte de Israel, em represália pela morte dos civis em um bombardeio atribuído ao Exército israelense no sul do Líbano.
Israel com a mira em Rafah
Os bombardeios israelenses em Gaza deixaram 79 mortos nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.
Os alvos foram setores de Nuseirat, no centro, e em Rafah, no sul, de acordo com as autoridades locais.
"Não somos terroristas", disse à AFP Robhi El Hut, um morador de Deir el Balah, no centro de Gaza, que perdeu sua casa em um bombardeio.
A comunidade internacional teme uma operação militar em Rafah, onde estão aglomeradas 1,5 milhão de pessoas, a grande maioria deslocadas de outras áreas do território palestino devido à guerra.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insiste há várias semanas que a cidade, no extremo sul do território palestino, é o último reduto do Hamas.
O porta-voz do governo israelense, David Mencer, disse que "duas brigadas de reservistas foram mobilizadas para operações" em Gaza.
Fontes do governo do Egito, citadas pelo Wall Street Journal, afirmaram que Israel se prepara para transferir os civis de Rafah para cidade de Khan Yunis, onde pretende instalar barracas e centros de distribuição de refeições.
A operação de retirada duraria de duas a três semanas e aconteceria em coordenação com Estados Unidos, Egito e outros países árabes, segundo as mesmas fontes.
O diretor regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para o Oriente Médio, Fabrizio Carboni, destacou que tal retirada seria impossível nas condições atuais.
"Quando vemos o nível de destruição no centro [Gaza] e no norte, não está claro para nós para onde poderiam deslocar as pessoas [...] para que tenham abrigos decentes e serviços essenciais", disse Carboni.
Uma operação do tipo "seria um crime", declarou à AFP o diretor do serviço de imprensa do governo em Gaza, Ismail Al Thawabta, insistindo que o centro do território e a cidade de Khan Yunis "não podem receber de forma alguma" os deslocados de Rafah.
O conflito começou em 7 de outubro com uma incursão de combatentes islamistas no sul de Israel. Eles assassinaram 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem baseada da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Mais de 250 pessoas foram sequestradas e 129 continuam em cativeiro em Gaza. Israel acredita que 34 foram mortas.
Em resposta ao ataque, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e iniciou uma operação militar que deixou 34.262 mortos até o momento, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território.
PublicidadeO grupo islamista palestino divulgou no mesmo dia um vídeo de um homem, de dupla nacionalidade americana e israelense, apresentado como um dos 129 reféns sequestrados em seu ataque de 7 de outubro no sul de Israel.
Na fronteira norte, as forças israelenses declararam que suas operações cobrem "todo o sul" do Líbano e afirmaram que bombardearam 40 alvos do Hezbollah na região de Aita al Shaab.
"Várias forças estão mobilizadas na fronteira", anunciou nesta quarta o ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmando que "metade" dos comandantes do movimento libanês na região foi "eliminada" nos confrontos dos últimos meses e que "a outra metade se esconde e deixa o terreno às operações" militares israelenses.
Até o momento, o Hezbollah não reagiu e a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês) indicou que não foram registrados confrontos na fronteira.
O grupo pró-Irã libanês reivindicou o lançamento de "dezenas" de foguetes contra o norte de Israel, em represália pela morte dos civis em um bombardeio atribuído ao Exército israelense no sul do Líbano.
Israel com a mira em Rafah
Os bombardeios israelenses em Gaza deixaram 79 mortos nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007.
Os alvos foram setores de Nuseirat, no centro, e em Rafah, no sul, de acordo com as autoridades locais.
"Não somos terroristas", disse à AFP Robhi El Hut, um morador de Deir el Balah, no centro de Gaza, que perdeu sua casa em um bombardeio.
A comunidade internacional teme uma operação militar em Rafah, onde estão aglomeradas 1,5 milhão de pessoas, a grande maioria deslocadas de outras áreas do território palestino devido à guerra.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, insiste há várias semanas que a cidade, no extremo sul do território palestino, é o último reduto do Hamas.
O porta-voz do governo israelense, David Mencer, disse que "duas brigadas de reservistas foram mobilizadas para operações" em Gaza.
Fontes do governo do Egito, citadas pelo Wall Street Journal, afirmaram que Israel se prepara para transferir os civis de Rafah para cidade de Khan Yunis, onde pretende instalar barracas e centros de distribuição de refeições.
A operação de retirada duraria de duas a três semanas e aconteceria em coordenação com Estados Unidos, Egito e outros países árabes, segundo as mesmas fontes.
O diretor regional do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para o Oriente Médio, Fabrizio Carboni, destacou que tal retirada seria impossível nas condições atuais.
"Quando vemos o nível de destruição no centro [Gaza] e no norte, não está claro para nós para onde poderiam deslocar as pessoas [...] para que tenham abrigos decentes e serviços essenciais", disse Carboni.
Uma operação do tipo "seria um crime", declarou à AFP o diretor do serviço de imprensa do governo em Gaza, Ismail Al Thawabta, insistindo que o centro do território e a cidade de Khan Yunis "não podem receber de forma alguma" os deslocados de Rafah.
O conflito começou em 7 de outubro com uma incursão de combatentes islamistas no sul de Israel. Eles assassinaram 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem baseada da AFP baseada em dados oficiais israelenses.
Mais de 250 pessoas foram sequestradas e 129 continuam em cativeiro em Gaza. Israel acredita que 34 foram mortas.
Em resposta ao ataque, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e iniciou uma operação militar que deixou 34.262 mortos até o momento, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território.
Vídeo de refém
O movimento islamista palestino divulgou nesta quarta, no Telegram, um vídeo de um homem apresentando-se como Hersh Goldberg-Polin, de 23 anos, sequestrado no festival de música eletrônica Tribe of Nova, no sul de Israel, perto da Faixa de Gaza.
"Fui passar um tempo com meus amigos e, em vez disso, acabei lutando por minha vida com feridas graves em todo meu corpo", disse no vídeo.
A AFP não pôde verificar nem confirmar quando foi gravado, mas o refém faz referência à Pessach, a Páscoa judaica, que teve início na noite de segunda-feira (22).
Em Israel, Netanyahu enfrenta forte pressão interna para planejar a libertação dos reféns. Mas as negociações indiretas, ligadas a uma trégua, estão paralisadas.
No campo diplomática, as autoridades israelenses agradeceram aos Estados Unidos, seu principal aliado, pela ajuda militar de 13 bilhões de dólares (68 bilhões de reais na cotação atual) para fortalecer, sobretudo, o seu sistema de defesa antiaérea "Domo de Ferro".
A lei sancionada pelo presidente Joe Biden inclui a ajuda humanitária ao território palestino e insta Israel a "garantir que toda esta ajuda chegue sem demora" à população de Gaza, que enfrenta um risco iminente de fome, segundo a ONU.
O movimento islamista palestino divulgou nesta quarta, no Telegram, um vídeo de um homem apresentando-se como Hersh Goldberg-Polin, de 23 anos, sequestrado no festival de música eletrônica Tribe of Nova, no sul de Israel, perto da Faixa de Gaza.
"Fui passar um tempo com meus amigos e, em vez disso, acabei lutando por minha vida com feridas graves em todo meu corpo", disse no vídeo.
A AFP não pôde verificar nem confirmar quando foi gravado, mas o refém faz referência à Pessach, a Páscoa judaica, que teve início na noite de segunda-feira (22).
Em Israel, Netanyahu enfrenta forte pressão interna para planejar a libertação dos reféns. Mas as negociações indiretas, ligadas a uma trégua, estão paralisadas.
No campo diplomática, as autoridades israelenses agradeceram aos Estados Unidos, seu principal aliado, pela ajuda militar de 13 bilhões de dólares (68 bilhões de reais na cotação atual) para fortalecer, sobretudo, o seu sistema de defesa antiaérea "Domo de Ferro".
A lei sancionada pelo presidente Joe Biden inclui a ajuda humanitária ao território palestino e insta Israel a "garantir que toda esta ajuda chegue sem demora" à população de Gaza, que enfrenta um risco iminente de fome, segundo a ONU.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.