Publicado 29/04/2024 20:18
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusou nesta segunda-feira (29) um ex-ministro do Petróleo preso por corrupção de "conspirar" com líderes da oposição e os Estados Unidos para derrubar o presidente Nicolás Maduro.
PublicidadeO ex-ministro Tareck El Aissami foi preso em 9 de abril, por vínculos com um esquema que levou a um prejuízo de aproximadamente US$ 17 bilhões (R$ 86,9 bilhões) da estatal Petróleos de Venezuela (PDVSA), pelo qual foram detidas outras 65 pessoas.
Saab o chamou de "chefe dessa máfia corrupta criminosa" e revelou uma "conspiração política lamentável vinculada à corrupção da PDVSA", com a qual relacionou o líder opositor exilado Leopoldo López.
"Não era somente corrupção moral, mental, de espírito e alma desta gente, mas também a corrupção política, ideológica que os levou sem nenhum tipo de vergonha a se aliar com os piores inimigos da pátria", acrescentou. "Conseguimos desmembrar uma rede de funcionários que usavam não apenas o seu cargo para realizar operações petroleiras, mas para trabalhar contra o governo legitimamente constituído".
O procurador divulgou áudios de conversas entre o braço direito de El Aissami, Samark López, e dirigentes opositores no exílio como López, Julio Borges e Carlos Vecchio, assim como Carlos Ocariz, ex-prefeito de um dos cinco municípios que compõem Caracas.
"O plano era dissolver o Estado por qualquer via antidemocrática", disse Saab, que indicou que "El Aissami, Samark e todo o conglomerado corrupto que o acompanhava" mantinha contato com funcionários dos Estados Unidos como o embaixador James Story, que esteve à frente do escritório para Assuntos da Venezuela em Bogotá.
López negou as acusações, embora tenha reconhecido que conversou com o braço direito de El Aissami. “Eu me comuniquei com muitas pessoas do regime”, contou, durante um fórum virtual. “Muitas pessoas que estão alinhadas na estrutura de poder da ditadura e que também estão, estiveram e continuam a estar interessadas em provocar mudanças na Venezuela.” O promotor disse que não descarta novas prisões.
A investigação desse esquema de corrupção na PDVSA começou há um ano. El Aissami renunciou e desapareceu da vida pública até ser preso, em 9 de abril.
Desde 2017, o Ministério Público soma mais de 30 investigações de corrupção na estatal, pela qual também foram acusados outros três ex-ministros do Petróleo: Nelson Martínez, Eulogio Del Pino e Rafael Ramírez.
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