Publicado 01/05/2024 08:18
Dezenas de policiais entraram nesta terça-feira (30) no campus da Universidade de Columbia, no coração de Nova York, e começaram a despejar um prédio que havia sido ocupado por estudantes em protesto contra a intervenção militar de Israel na Faixa de Gaza.
PublicidadeUm grupo de policiais subiu através de uma plataforma instalada em um caminhão até o segundo andar do Hamilton Hall e entrou no prédio. O jornal estudantil Columbia Spectator informou que estavam sendo feitas prisões.
Os manifestantes que se barricaram nesse prédio da Universidade de Columbia haviam prometido lutar contra os esforços para despejá-los, enquanto as instituições lutavam para conter os protestos pró-Palestina em dezenas de campi em todo os Estados Unidos.
A Universidade de Columbia disse nesta terça-feira que os estudantes que ocupam o prédio Hamilton Hall no campus correm o risco de serem expulsos.
No entanto, muitos deles prometeram manter a protesto. "Permaneceremos aqui, aproveitando as lições do nosso povo [Gaza], que permanece quieto e firme mesmo nas piores condições", disse do prédio ocupado uma manifestante que não quis se identificar aos jornalistas.
A ocupação do Hamilton Hall da prestigiosa universidade ocorreu horas depois de as autoridades do centro dizerem que começaram a suspender os estudantes por não cumprirem uma ordem de despejo do acampamento que haviam montado nos jardins.
Jovens com o rosto coberto quebraram janelas e bloquearam as entradas do prédio com mesas, segundo imagens compartilhadas nas redes sociais.
"Após 206 dias de genocídio e mais de 34 mil mártires palestinos, os membros da comunidade da Columbia recuperaram Hamilton Hall pouco depois da meia-noite", disse o grupo em comunicado, em referência à guerra de Israel em Gaza.
O grupo também informou ter mudado o nome do prédio para "Hind's Hall", em homenagem a uma menina de seis anos de Gaza morta na ofensiva israelense contra o grupo islamista palestino Hamas.
Os manifestantes garantiram que permanecerão no prédio até que suas exigências sejam atendidas, incluindo que a Universidade de Columbia rejeite todo financiamento ligado a Israel.
O centro rejeitou essa demanda. A reitora, Minouche Shafik, disse na segunda-feira que "não conseguiram chegar a um acordo" com os estudantes, segundo comunicado.
A tomada do prédio foi reprovada pelo presidente dos EUA, Joe Biden, que havia pedido garantias da liberdade de expressão dos estudantes e evitado atos antissemitas.
"O presidente acredita que tomar um prédio do campus à força é absolutamente o caminho errado", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby. "Não é um exemplo de protesto pacífico", acrescentou.
De costa a costa
Os protestos se espalharam pelas universidades do país. Em muitas delas, foram erguidos acampamentos nos jardins do campus, depois que cerca de 100 manifestantes foram presos pela primeira vez em Columbia em 18 de abril.
Na terça-feira, a Universidade Brown chegou a um acordo para que os estudantes retirem seu acampamento em troca de a instituição realizar uma votação sobre o desinvestimento em Israel, uma concessão importante para uma universidade de elite dos Estados Unidos.
Na Universidade da Carolina do Norte, a polícia interveio para desocupar um acampamento e deteve alguns manifestantes.
Na Cal Poly Humboldt, no norte da Califórnia, a ocupação de uma semana terminou na manhã de terça-feira com a intervenção da polícia e a prisão de cerca de trinta manifestantes que haviam ocupado prédios e forçado o fechamento do campus.
Na Universidade do Texas, em Austin, a polícia enfrentou os manifestantes na segunda-feira, inclusive usando gás pimenta, e fez prisões enquanto desmantelava um acampamento, somando-se às mais de 350 pessoas detidas em todo o país durante o fim de semana.
Paul Quinzi, do sindicato de advogados de Austin que ajuda os detidos, disse à AFP que eles calculam "pelo menos 80 prisões".
Os protestos contra a guerra de Gaza têm sido um desafio para as autoridades universitárias equilibrarem o direito à liberdade de expressão com as queixas de que as concentrações têm levado ao ódio e ao antissemitismo.
'Direito de reunião pacífica'
Na terça-feira, a Universidade Brown chegou a um acordo para que os estudantes retirem seu acampamento em troca de a instituição realizar uma votação sobre o desinvestimento em Israel, uma concessão importante para uma universidade de elite dos Estados Unidos.
Na Universidade da Carolina do Norte, a polícia interveio para desocupar um acampamento e deteve alguns manifestantes.
Na Cal Poly Humboldt, no norte da Califórnia, a ocupação de uma semana terminou na manhã de terça-feira com a intervenção da polícia e a prisão de cerca de trinta manifestantes que haviam ocupado prédios e forçado o fechamento do campus.
Na Universidade do Texas, em Austin, a polícia enfrentou os manifestantes na segunda-feira, inclusive usando gás pimenta, e fez prisões enquanto desmantelava um acampamento, somando-se às mais de 350 pessoas detidas em todo o país durante o fim de semana.
Paul Quinzi, do sindicato de advogados de Austin que ajuda os detidos, disse à AFP que eles calculam "pelo menos 80 prisões".
Os protestos contra a guerra de Gaza têm sido um desafio para as autoridades universitárias equilibrarem o direito à liberdade de expressão com as queixas de que as concentrações têm levado ao ódio e ao antissemitismo.
'Direito de reunião pacífica'
O chefe de direitos humanos da ONU, Volker Turk, expressou nesta terça-feira sua preocupação com as medidas duras adotadas para dispersar os protestos e disse que "a liberdade de expressão e o direito de reunião pacífica são fundamentais para a sociedade".
Turk acrescentou que "a incitação à violência ou ao ódio por motivos de identidade ou pontos de vista, sejam reais ou supostos, deve ser repudiada veementemente".
Os organizadores do protesto negam as acusações de antissemitismo e defendem que suas ações são dirigidas ao governo de Israel e sua condução do conflito em Gaza.
A guerra de Gaza começou depois que o Hamas, em um ataque sem precedentes, matou em território israelense 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um levantamento da AFP com base em números oficiais israelenses.
A retaliação de Israel matou pelo menos 34.535 pessoas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas.
Turk acrescentou que "a incitação à violência ou ao ódio por motivos de identidade ou pontos de vista, sejam reais ou supostos, deve ser repudiada veementemente".
Os organizadores do protesto negam as acusações de antissemitismo e defendem que suas ações são dirigidas ao governo de Israel e sua condução do conflito em Gaza.
A guerra de Gaza começou depois que o Hamas, em um ataque sem precedentes, matou em território israelense 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um levantamento da AFP com base em números oficiais israelenses.
A retaliação de Israel matou pelo menos 34.535 pessoas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde do território controlado pelo Hamas.
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