Publicado 04/05/2024 18:53
Israel e o Hamas se acusaram mutuamente de obstruir as negociações que foram retomadas neste sábado (4) no Cairo, com mediação internacional, para alcançar um cessar-fogo na Faixa de Gaza, após quase sete meses de guerra.
Os mediadores (Catar, Egito e Estados Unidos) se reuniram com a delegação do movimento islamista para ouvir a resposta à última proposta de cessar-fogo, apresentada no final de abril.
Esta oferta inclui um cessar-fogo de 40 dias e a troca de reféns israelenses retidos em Gaza desde 7 de outubro por palestinos presos em Israel.
Um dirigente do Hamas reiterou neste sábado à noite que o movimento islamista palestino não aceitará "de forma alguma" um acordo que não inclua explicitamente o fim da guerra.
Anteriormente, ele havia indicado que as negociações não permitiram "nenhuma evolução" até o momento. "As negociações de hoje terminaram e haverá uma nova rodada amanhã", acrescentou.
Uma autoridade israelense já havia se referido pouco antes à posição do Hamas, considerando-a um obstáculo para qualquer acordo.
"Até agora, o Hamas não abandonou sua exigência de pôr fim à guerra, obstruindo assim a possibilidade de alcançar um acordo", disse um alto funcionário israelense à AFP, sob condição de anonimato.
O funcionário também negou relatos de que Israel teria concordado em encerrar a guerra em troca da libertação dos reféns nas mãos do Hamas.
Os bombardeios israelenses continuaram em Gaza, especialmente em Rafah, cidade no extremo sul da Faixa, onde cerca de 1,5 milhão de palestinos, na maioria deslocados pelos combates, estão amontoados.
Pelo menos 32 pessoas morreram em Gaza nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas desde 2007.
Ameaça de ataque a Rafah
PublicidadeOs mediadores (Catar, Egito e Estados Unidos) se reuniram com a delegação do movimento islamista para ouvir a resposta à última proposta de cessar-fogo, apresentada no final de abril.
Esta oferta inclui um cessar-fogo de 40 dias e a troca de reféns israelenses retidos em Gaza desde 7 de outubro por palestinos presos em Israel.
Um dirigente do Hamas reiterou neste sábado à noite que o movimento islamista palestino não aceitará "de forma alguma" um acordo que não inclua explicitamente o fim da guerra.
Anteriormente, ele havia indicado que as negociações não permitiram "nenhuma evolução" até o momento. "As negociações de hoje terminaram e haverá uma nova rodada amanhã", acrescentou.
Uma autoridade israelense já havia se referido pouco antes à posição do Hamas, considerando-a um obstáculo para qualquer acordo.
"Até agora, o Hamas não abandonou sua exigência de pôr fim à guerra, obstruindo assim a possibilidade de alcançar um acordo", disse um alto funcionário israelense à AFP, sob condição de anonimato.
O funcionário também negou relatos de que Israel teria concordado em encerrar a guerra em troca da libertação dos reféns nas mãos do Hamas.
Os bombardeios israelenses continuaram em Gaza, especialmente em Rafah, cidade no extremo sul da Faixa, onde cerca de 1,5 milhão de palestinos, na maioria deslocados pelos combates, estão amontoados.
Pelo menos 32 pessoas morreram em Gaza nas últimas 24 horas, segundo o Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas desde 2007.
Ameaça de ataque a Rafah
Israel, que por enquanto não está presente nas negociações no Cairo, só enviará uma delegação se houver progresso no âmbito da troca de reféns por prisioneiros palestinos, disse um representante israelense em Jerusalém, acrescentando que espera "negociações difíceis".
Segundo o portal Axios, o chefe da CIA, William Burns, está atualmente na capital egípcia.
O movimento islamista havia afirmado na sexta-feira que seus representantes estavam voltando ao Cairo com um "espírito positivo" e "determinados a alcançar [...] um cessar-fogo completo da agressão, a retirada das forças de ocupação" e "um acordo sério de troca".
Israel, assim como os Estados Unidos e a União Europeia, considera o Hamas uma organização terrorista, se opõe ao cessar-fogo definitivo e insiste em lançar uma ofensiva terrestre contra Rafah, por considerá-la o último bastião dos comandos islamistas.
"Faremos o que for necessário para vencer e derrotar nosso inimigo, também em Rafah", reiterou esta semana o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O líder do Hamas que reiterou a exigência de um cessar-fogo permanente afirmou que Netanyahu "dificulta" os esforços de negociação por "interesses pessoais".
"A obstinação" de Israel pode "comprometer as negociações e Netanyahu será responsável", acrescentou, advertindo que uma ofensiva terrestre contra Rafah "não será um passeio no parque e o ocupante pagará um preço alto".
Os Estados Unidos, principal aliado do governo israelense, se opõem a uma invasão de Rafah, especialmente se Israel não apresentar um plano para proteger os civis.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que essa ofensiva poderia resultar em "um banho de sangue".
Segundo o jornal The Wall Street Journal, que cita fontes egípcias, Israel dará uma semana de prazo às negociações antes de lançar a ofensiva que prepara há semanas contra Rafah.
Netanyahu também enfrenta forte pressão interna
Milhares de israelenses voltaram a se manifestar neste sábado em Tel Aviv exigindo um acordo que permita a libertação dos reféns.
Uma faixa mostrava um retrato de Netanyahu com uma legenda que dizia: "é você quem boicota qualquer acordo".
'Uma verdadeira fome'
Uma operação terrestre em Rafah também pode comprometer a ajuda humanitária que entra na Faixa, em sua maioria por esta cidade na fronteira com o Egito, e que já é insuficiente para as necessidades dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza.
Alguns países lançaram ajuda por paraquedas e os Estados Unidos estão construindo um porto artificial diante da costa de Gaza para fornecer suprimentos por via marítima.
"A fome está aí, uma verdadeira fome no norte e se deslocando para o sul", advertiu a diretora do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Cindy McCain, em um trecho de uma entrevista que a rede americana NBC transmitirá integralmente no domingo.
A guerra eclodiu em 7 de outubro, após o ataque dos comandos do Hamas que mataram 1.170 pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, segundo um relatório da AFP baseado em dados israelenses.
As autoridades israelenses estimam que, após uma troca de reféns por prisioneiros palestinos em novembro, 129 pessoas permanecem cativas em Gaza e que 35 morreram desde então.
A ofensiva lançada por Israel em resposta ao ataque deixou até agora 34.654 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.
Segundo o portal Axios, o chefe da CIA, William Burns, está atualmente na capital egípcia.
O movimento islamista havia afirmado na sexta-feira que seus representantes estavam voltando ao Cairo com um "espírito positivo" e "determinados a alcançar [...] um cessar-fogo completo da agressão, a retirada das forças de ocupação" e "um acordo sério de troca".
Israel, assim como os Estados Unidos e a União Europeia, considera o Hamas uma organização terrorista, se opõe ao cessar-fogo definitivo e insiste em lançar uma ofensiva terrestre contra Rafah, por considerá-la o último bastião dos comandos islamistas.
"Faremos o que for necessário para vencer e derrotar nosso inimigo, também em Rafah", reiterou esta semana o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O líder do Hamas que reiterou a exigência de um cessar-fogo permanente afirmou que Netanyahu "dificulta" os esforços de negociação por "interesses pessoais".
"A obstinação" de Israel pode "comprometer as negociações e Netanyahu será responsável", acrescentou, advertindo que uma ofensiva terrestre contra Rafah "não será um passeio no parque e o ocupante pagará um preço alto".
Os Estados Unidos, principal aliado do governo israelense, se opõem a uma invasão de Rafah, especialmente se Israel não apresentar um plano para proteger os civis.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que essa ofensiva poderia resultar em "um banho de sangue".
Segundo o jornal The Wall Street Journal, que cita fontes egípcias, Israel dará uma semana de prazo às negociações antes de lançar a ofensiva que prepara há semanas contra Rafah.
Netanyahu também enfrenta forte pressão interna
Milhares de israelenses voltaram a se manifestar neste sábado em Tel Aviv exigindo um acordo que permita a libertação dos reféns.
Uma faixa mostrava um retrato de Netanyahu com uma legenda que dizia: "é você quem boicota qualquer acordo".
'Uma verdadeira fome'
Uma operação terrestre em Rafah também pode comprometer a ajuda humanitária que entra na Faixa, em sua maioria por esta cidade na fronteira com o Egito, e que já é insuficiente para as necessidades dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza.
Alguns países lançaram ajuda por paraquedas e os Estados Unidos estão construindo um porto artificial diante da costa de Gaza para fornecer suprimentos por via marítima.
"A fome está aí, uma verdadeira fome no norte e se deslocando para o sul", advertiu a diretora do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Cindy McCain, em um trecho de uma entrevista que a rede americana NBC transmitirá integralmente no domingo.
A guerra eclodiu em 7 de outubro, após o ataque dos comandos do Hamas que mataram 1.170 pessoas, a maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, segundo um relatório da AFP baseado em dados israelenses.
As autoridades israelenses estimam que, após uma troca de reféns por prisioneiros palestinos em novembro, 129 pessoas permanecem cativas em Gaza e que 35 morreram desde então.
A ofensiva lançada por Israel em resposta ao ataque deixou até agora 34.654 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.
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