Publicado 21/05/2024 14:49
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou nesta terça-feira (21) que ainda é possível chegar a um acordo de cessar-fogo em Gaza, mas denunciou que a emissão de mandados prisão para autoridades de Israel ante o Tribunal Penal Internacional (TPI) pode atrasar os esforços.
Publicidade"Acredito que estivemos muito, muito próximos em algumas ocasiões", disse o chefe da diplomacia americana ao Congresso em Washington, onde destacou os esforços do Catar e do Egito como mediadores para alcançar um cessar-fogo temporário entre Israel e o Hamas.
"Continuamos fazendo isso todos os dias. Acho que ainda há uma possibilidade. Mas é desafiador por uma série de acontecimentos e devo dizer que sim, a decisão extremamente equivocada do procurador do TPI ontem — a vergonhosa equivalência implícita entre o Hamas e os líderes de Israel — penso que apenas complica as perspectivas de alcançar tal acordo", declarou Blinken perante a Comissão de Relações Exteriores do Senado americano.
O diretor da CIA, Bill Burns, que lidera as negociações pelos EUA, deixou a região de mãos vazias há cerca de 10 dias.
A sessão de Blinken no Senado foi brevemente interrompida nesta terça por manifestantes que acusaram o secretário de Estado de ser um "criminoso de guerra" por seu apoio a Israel, antes de serem escoltados para fora da sala pela polícia.
O procurador do TPI, Karim Khan, indicou na segunda-feira que solicitou mandados de prisão contra líderes israelenses, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, bem como contra líderes do grupo islamista palestino Hamas.
O presidente americano, Joe Biden, descreveu a medida como "escandalosa" e garantiu que "Israel e Hamas não são equiparáveis de nenhuma maneira".
Apesar disso, a administração do democrata não ameaçou impôr sanções ao TPI, medida adotada pelo ex-presidente Donald Trump contra um ex-procurador do tribunal.
Blinken reiterou diversas vezes que a gestão Biden estava estudando uma "resposta apropriada" ao TPI.
O ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro matou mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses. O movimento islamista também fez 252 reféns, 124 dos quais permanecem em Gaza, 37 deles mortos, segundo o Exército de Israel.
A ofensiva retaliatória de Israel contra o Hamas deixou pelo menos 35.647 mortos em Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do território governado pelo grupo.
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