Bombeiros inspecionam prédio danificado após o ataque aéreo russo em KharkivAFP
Publicado 26/05/2024 11:14
O balanço do bombardeio russo contra um hipermercado de material de construção na cidade de Kharkiv, nordeste da Ucrânia, subiu para 14 mortos, anunciou o governador da região neste domingo (26), um dia após o ataque.

O governador de Kharkiv, Oleg Sinegubov, também informou que quase 200 integrantes das equipes de emergência continuam trabalhando entre os escombros para tentar encontrar mais corpos.

O ministro do Interior, Igor Klimenko, havia anunciado algumas horas antes um balanço de 12 mortos, 43 feridos e 16 pessoas "consideradas desaparecidas".

"Precisamos de mais de 16 horas para apagar as chamas, que se propagaram por 13.000 metros quadrados", acrescentou o ministro no Telegram.

Klimenko afirmou que os legistas e os investigadores continuam trabalhando para identificar os cadáveres entre os destroços do estabelecimento comercial, na periferia de Kharkiv.

O governador Sinegubov afirmou que duas vítimas do ataque "eram homens que trabalhavam no hipermercado", atingido por duas bombas russas teleguiadas.

Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, fica no nordeste do país, a poucas dezenas de quilômetros da fronteira com a Rússia, e é cenário frequente de bombardeios russos.

Zelensky critica Putin 
Publicidade
Ainda com o uniforme, Lyubov, uma funcionária da limpeza no hipermercado, relatou como fugiu do edifício. "Aconteceu de repente. No início, não entendemos, tudo ficou preto e tudo começou a cair sobre nossas cabeças", declarou.

"Ainda bem que meu telefone ligou, graças à lanterna encontrei uma saída, mas à nossa frente tudo já estava em chamas", acrescentou.

A unidade pertence à rede de hipermercados Epitsentr, que vende material de construção e para o lar. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou o ataque à plena luz do dia contra um alvo "obviamente civil".

"Apenas loucos como Putin são capazes de matar e aterrorizar pessoas de uma forma tão vil", disse, em referência ao presidente russo, que ordenou a entrada das suas tropas na Ucrânia em fevereiro de 2022.

Segundo a agência estatal de notícias russa TASS, que citou uma fonte das forças de segurança, um ataque com mísseis destruiu "um depósito militar e um posto de comando" dentro da loja.

Moscou iniciou em 10 de maio uma ofensiva terrestre na região de Kharkiv, durante a qual conseguiu conquistar várias localidades e forçar Kiev a enviar reforços para o setor. A Ucrânia afirmou na sexta-feira que conseguiu frear o avanço russo.

A Rússia, no entanto, reivindicou neste domingo a tomada da localidade de Berestove, em Kharkiv, localizada na linha frente leste e próxima da região de Lugansk.

Reunião sobre a paz 
Zelensky fez um apelo neste domingo a seus homólogos dos Estados Unidos, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, para que participem em uma reunião de cúpula na Suíça, em junho, sobre a guerra em seu país.

"Por favor, apoiem a reunião de cúpula de paz com sua liderança pessoal e participação", pediu Zelensky, antes de afirmar que "os esforços da maioria global são a melhor garantia de que todos os compromissos serão cumpridos".

A conferência, sem a participação da Rússia, acontecerá nos dias 15 e 16 de junho na cidade suíça de Lucerna.

Biden não confirmou presença e a China, que afirma apoiar uma conferência de paz internacional reconhecida tanto pela Rússia como a Ucrânia, não se pronunciou sobre o encontro na Suíça.

A Força Aérea ucraniana afirmou que a Rússia lançou 14 mísseis e mais de 30 drones de ataque no país durante a noite, mas destacou que derrubou 12 mísseis.

Na região central de Vinnytsia, fragmentos de um drone abatido feriram três pessoas e danificaram casas e edifícios residenciais, segundo as autoridades regionais.

No sábado à noite, outro ataque atingiu o centro da cidade de Kharkiv e deixou 25 feridos, informou Sinegubov.
Leia mais