Pedro Sánchez, primeiro-ministro da EspanhaAFP
Publicado 28/05/2024 08:11 | Atualizado 28/05/2024 08:17
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, oficializou em comunicado nesta terça-feira, 28, o reconhecimento do Estado da Palestina incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia e com Jerusalém Oriental como capital. O premiê descreveu a decisão como histórica e afirmou que não reconhecerá mudanças nas fronteiras palestinas depois de 1967, a menos que todas as partes concordem. Irlanda e Noruega também acompanham a decisão.
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"O Estado da Palestina deve ser em primeiro lugar viável. Com Cisjordânia e Gaza conectadas por corredor e com Jerusalém como sua capital e unificadas por um governo legítimo da Autoridade Nacional da Palestina", disse em discurso televisionado e compartilhado nas redes sociais.
A expectativa é que com a iniciativa dos três europeus, outros países da União Europeia também se manifestem de maneira favorável ao Estado palestino. A decisão divulgada por Sánchez deve entrar em vigor até o fim do dia.
"A Espanha junta-se assim aos mais de 140 países que já reconhecem a Palestina. Trata-se de uma decisão histórica com um único objetivo: ajudar os israelitas e os palestinos a alcançar a paz", disse.
A ação de reconhecimento já havia sido previamente divulgada na última quarta-feira, 22, como uma manifestação diante do número de mortos nos conflitos na Faixa de Gaza. Minutos após o anúncio, o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, acusou o primeiro-ministro espanhol de ser "cúmplice do incitamento ao assassinato do povo judeu".
'Recompensa para o Hamas'
Katz anunciou que Israel irá adotar "medidas punitivas" contra o consulado espanhol em Jerusalém, que pediu para deixar de servir os palestinos a partir de 1 de junho. "Não toleraremos infrações à soberania e à segurança de Israel", declarou Katz.
O governo considerou o reconhecimento uma "recompensa pelo terrorismo" do Hamas, cujo ataque de 7 de outubro no sul de Israel desencadeou a guerra na Faixa de Gaza. Os comandos islamitas mataram mais de 1.170 pessoas, na sua maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelitas.
Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e lançou uma ofensiva contra Gaza, que até agora deixou mais de 36 mil mortos, na sua maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave islamita.
Katz publicou um vídeo na rede social X no domingo, 26, combinando imagens do ataque de 7 de outubro com dançarinos de flamenco, acompanhado de uma mensagem dizendo ao primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez que "o Hamas está grato pelos [seus] serviços".
O vídeo foi descrito como "escandaloso e execrável" pelo ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares Já a ministra espanhola da Defesa, Margarita Robles, subiu o tom no último sábado, 25, ao acusar Israel de cometer um "verdadeiro genocídio" em Gaza.
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