Publicado 05/06/2024 10:21
Os golpes de cinzel estão ecoando na pequena cidade croata de Imotski poucos dias antes da inauguração de seu novo monumento: uma Mercedes em tamanho natural, um tributo a milhares de trabalhadores que emigraram em busca de uma vida melhor e voltaram ao volante de um Mercedes.
Publicidade"Era um símbolo de sucesso, quem tinha um carro assim podia encontrar namorada" ou "se sentar no primeiro banco da Igreja", recorda Ivan Topic, idealizador do projeto.
"Segue sendo o melhor automóvel", diz esse croata de 59 anos, enquanto ajuda os operários a dar os últimos retoques na escultura.
O Mercedes, esculpido em pedra branca típica da região, é uma réplica do mítico modelo W115, que os croatas chamam de "Minika", produzido nos 1960 e 1970. A estátua será inaugurada no sábado nesse município do sul da Croácia, localizada entre Split e Dubrovnik.
A paixão pela marca alemã é evidente nessa cidade: há 9.000 habitantes e 16.000 carros registrados, a metade deles ostentam a estrela de três pontas. É a cidade com mais Mercedes por habitantes do mundo... pelo menos é o que afirmam seus habitantes.
O Clube da Mercedes de Imotski tem 230 membros e é presidido por Topic, que dirige um modelo de 1929.
Legado
Desde o início do século XX, milhares de habitantes dessa área rural pobre, próxima à fronteira da Bósnia e Herzegovina, emigraram em busca de um futuro melhor. Especialmente a partir da década de 1960, quando os habitantes da então Iugoslávia deixaram suas casas para procurar trabalho na Alemanha Ocidental.
Eles foram apelidados de “gastarbeiters”, ou “trabalhadores estrangeiros” em alemão, e muitos retornaram à sua terra natal anos depois ao volante de um Mercedes. Na década de 1970, 20% da população de Imotski trabalhava no exterior, 9.000 deles na Alemanha.
“Eles partiram na esperança de poder comprar uma vaca e uma bicicleta. Mas, na década de 1970, as estradas começaram a ser construídas aqui", lembra Topic, que morou em Frankfurt por 18 anos e voltou em 1997.
Os “gastarbeiters”, como já havia estradas, “compravam um Mercedes, voltavam com ele e o deixavam aqui como um legado”.
Na opinião de Topic, a marca é sinônimo de sucesso, determinação e elegância.
“A pessoa que dirige um Mercedes alcança um certo status.... O Mercedes é algo que compramos e deixamos para nossos filhos. E eles a passarão para seus filhos", diz ele.
'Eu consegui'
Eles foram apelidados de “gastarbeiters”, ou “trabalhadores estrangeiros” em alemão, e muitos retornaram à sua terra natal anos depois ao volante de um Mercedes. Na década de 1970, 20% da população de Imotski trabalhava no exterior, 9.000 deles na Alemanha.
“Eles partiram na esperança de poder comprar uma vaca e uma bicicleta. Mas, na década de 1970, as estradas começaram a ser construídas aqui", lembra Topic, que morou em Frankfurt por 18 anos e voltou em 1997.
Os “gastarbeiters”, como já havia estradas, “compravam um Mercedes, voltavam com ele e o deixavam aqui como um legado”.
Na opinião de Topic, a marca é sinônimo de sucesso, determinação e elegância.
“A pessoa que dirige um Mercedes alcança um certo status.... O Mercedes é algo que compramos e deixamos para nossos filhos. E eles a passarão para seus filhos", diz ele.
'Eu consegui'
A construção dessa escultura, de quase 40 toneladas, começou no ano passado. Pouco apoiado no início, o projeto de Topic foi despertando interesse ao longo dos meses. A iniciativa atravessou fronteiras e escultores da Croácia, Dinamarca e Eslovênia deram sua contribuição.
Para Nediljko Djuka, que voltou após viver um tempo na Austrália, "Mercedes simboliza a segurança". Stipan Bucic, que contribuiu com o projeto, considera que "aqui, um Mercedes tem um grande significado. Quando alguém compra um, pode dizer, 'é isso, eu consegui'". Ele mesmo tem três.
Para Nediljko Djuka, que voltou após viver um tempo na Austrália, "Mercedes simboliza a segurança". Stipan Bucic, que contribuiu com o projeto, considera que "aqui, um Mercedes tem um grande significado. Quando alguém compra um, pode dizer, 'é isso, eu consegui'". Ele mesmo tem três.
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