Publicado 06/06/2024 07:30
O Exército de Israel reivindicou o bombardeio aéreo contra uma escola da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) na Faixa de Gaza nesta quinta-feira (6). As tropas israelenses alegam que o local abrigava uma "base do Hamas". A ação que deixou 37 mortos, segundo um hospital local.
Publicidade"Caças do Exército [...] realizaram um ataque preciso sobre uma base do Hamas situada no interior de uma escola da UNRWA na região de Nuseirat", afirmou Exército israelense, que citou "vários terroristas mortos".
"Terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica [...] que haviam participado do ataque mortal contra as comunidades do sul de Israel em 7 de outubro operavam neste recinto", acrescenta o comunicado.
O hospital Mártires de Al Aqsa, na cidade próxima de Deir al Balah, afirmou que recebeu "37 mártires" do ataque contra a escola da ONU. Um balanço anterior, divulgado pelo Hamas, citava 27 mortos.
A direção do hospital afirmou que um problema em um de seus geradores complica o tratamento de pacientes vulneráveis e poderia provocar "uma catástrofe humanitária".
'Cheiro de sangue'
Antes do último ataque em Nuseirat, o centro havia recebido desde terça-feira "pelo menos 70 mortos e mais de 300 feridos, em sua maioria mulheres e crianças, por bombardeios israelenses nas zonas centrais da Faixa de Gaza", afirmou a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF).
"O cheiro de sangue na sala de emergências esta manhã era insuportável. Há pessoas deitadas por todos os lados, no chão, fora. Estão trazendo os corpos em sacos plásticos. A situação é insustentável", publicou na rede social X a coordenadora da MSF em Gaza, Karin Huster.
A UNRWA, que coordena quase toda a ajuda para Gaza, ficou no centro de uma tempestade diplomática e à beira do colapso depois que Israel acusou, em janeiro, 12 de seus 13 mil funcionários em Gaza de envolvimento no ataque do Hamas em 7 de outubro que desencadeou a atual guerra.
A acusação levou vários países, incluindo os Estados Unidos, sua principal fonte de recursos, a suspender o financiamento à agência, o que prejudicou a entrega de ajuda a Gaza.
Vários países retomaram posteriormente o financiamento. O diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, exigiu que Israel pare com a "campanha" contra a agência, em um artigo publicado no jornal The New York Times.
Reunião no Catar
"O cheiro de sangue na sala de emergências esta manhã era insuportável. Há pessoas deitadas por todos os lados, no chão, fora. Estão trazendo os corpos em sacos plásticos. A situação é insustentável", publicou na rede social X a coordenadora da MSF em Gaza, Karin Huster.
A UNRWA, que coordena quase toda a ajuda para Gaza, ficou no centro de uma tempestade diplomática e à beira do colapso depois que Israel acusou, em janeiro, 12 de seus 13 mil funcionários em Gaza de envolvimento no ataque do Hamas em 7 de outubro que desencadeou a atual guerra.
A acusação levou vários países, incluindo os Estados Unidos, sua principal fonte de recursos, a suspender o financiamento à agência, o que prejudicou a entrega de ajuda a Gaza.
Vários países retomaram posteriormente o financiamento. O diretor da UNRWA, Philippe Lazzarini, exigiu que Israel pare com a "campanha" contra a agência, em um artigo publicado no jornal The New York Times.
Reunião no Catar
Após oito meses de guerra, os mediadores Catar, Egito e Estados Unidos prosseguem com os esforços para obter um cessar-fogo, alguns dias após o presidente americano, Joe Biden, anunciar uma proposta de acordo que, segundo ele, foi idealizada por Israel.
A iniciativa contempla, em uma primeira fase, um cessar-fogo de seis semanas e a retirada israelense das áreas mais populosas de Gaza, a libertação de alguns reféns sob poder do Hamas e de prisioneiros palestinos detidos por Israel.
Segundo uma fonte próxima às negociações, na quarta-feita aconteceu uma reunião em Doha "entre o primeiro-ministro do Catar, o chefe da inteligência do Egito e o Hamas para discutir um acordo de trégua em Gaza e uma troca de reféns e prisioneiros".
Mas as demandas contraditórias dos dois lados reduzem as esperanças de sucesso do plano. Israel afirma que pretende destruir o Hamas, no poder em Gaza desde 2007 e classificado como "organização terrorista" por Estados Unidos e União Europeia.
O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, reafirmou na quarta-feira que o movimento estudará de maneira "séria e positiva" qualquer proposta baseada no "fim completo" da ofensiva israelense, na "retirada total" israelense e em uma "troca dos prisioneiros".
A guerra na Faixa de Gaza começou após o ataque sem precedentes do Hamas contra o sul de Israel em 7 de outubro, quando milicianos islamistas mataram 1.194 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
Os combatentes sequestraram 251 pessoas, que foram levadas para Gaza. Do grupo, 120 permanecem em cativeiro em Gaza, das quais 41 teriam morrido.
Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e iniciou uma ofensiva no território palestino que deixou mais 36.500 mortos até o momento, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, território governado pelo Hamas desde 2007.
Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou na quarta-feira que o país está "preparado para uma operação muito intensa" na fronteira com o Líbano, onde o Exército enfrenta a ameaça do movimento pró-iraniano Hezbollah, aliado do Hamas.
O Departamento de Estado americano fez um alerta contra um agravamento da situação no Líbano, "que prejudicaria consideravelmente a segurança" de Israel.
A iniciativa contempla, em uma primeira fase, um cessar-fogo de seis semanas e a retirada israelense das áreas mais populosas de Gaza, a libertação de alguns reféns sob poder do Hamas e de prisioneiros palestinos detidos por Israel.
Segundo uma fonte próxima às negociações, na quarta-feita aconteceu uma reunião em Doha "entre o primeiro-ministro do Catar, o chefe da inteligência do Egito e o Hamas para discutir um acordo de trégua em Gaza e uma troca de reféns e prisioneiros".
Mas as demandas contraditórias dos dois lados reduzem as esperanças de sucesso do plano. Israel afirma que pretende destruir o Hamas, no poder em Gaza desde 2007 e classificado como "organização terrorista" por Estados Unidos e União Europeia.
O líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, reafirmou na quarta-feira que o movimento estudará de maneira "séria e positiva" qualquer proposta baseada no "fim completo" da ofensiva israelense, na "retirada total" israelense e em uma "troca dos prisioneiros".
A guerra na Faixa de Gaza começou após o ataque sem precedentes do Hamas contra o sul de Israel em 7 de outubro, quando milicianos islamistas mataram 1.194 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelenses.
Os combatentes sequestraram 251 pessoas, que foram levadas para Gaza. Do grupo, 120 permanecem em cativeiro em Gaza, das quais 41 teriam morrido.
Em resposta, Israel prometeu "aniquilar" o Hamas e iniciou uma ofensiva no território palestino que deixou mais 36.500 mortos até o momento, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, território governado pelo Hamas desde 2007.
Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou na quarta-feira que o país está "preparado para uma operação muito intensa" na fronteira com o Líbano, onde o Exército enfrenta a ameaça do movimento pró-iraniano Hezbollah, aliado do Hamas.
O Departamento de Estado americano fez um alerta contra um agravamento da situação no Líbano, "que prejudicaria consideravelmente a segurança" de Israel.
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