Ignazio Cassis, ministro das Relações Exteriores da SuíçaStefan Wermuth / AFP
Publicado 10/06/2024 08:58
A Suíça organizará uma cúpula no sábado (15) e domingo (16) que pretende ser "um primeiro passo" para encontrar um caminho para a paz na Ucrânia, com a participação de dezenas de autoridades, mas sem a presença da Rússia e da China.
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"Ousamos falar de paz", declarou o ministro das Relações Exteriores da Suíça, Ignazio Cassis, nesta segunda-feira (10) na apresentação do encontro à imprensa.
A Conferência de Alto Nível sobre a Paz na Ucrânia, seu nome oficial, acontecerá após a reunião do G7 das principais potências ocidentais, de quinta a sábado, no sul da Itália, com a participação do presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
Os líderes do G7 esperam chegar a um acordo sobre o uso dos juros dos ativos russos congelados para ajudar a Ucrânia, em guerra com a Rússia desde que Moscou lançou a sua invasão em fevereiro de 2022.
Mais tarde, Zelensky se juntará a representantes de mais de 90 países e organizações na Suíça, incluindo o presidente francês Emmanuel Macron, a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz, e o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
"A conferência é um primeiro passo", sublinhou Cassis, mas "não haverá processo de paz sem a Rússia. A questão não é se a Rússia estará a bordo, mas quando".
A Suíça não convidou a Rússia e Moscou anunciou que não estava interessada em participar por considerar que o país suíço perdeu a sua neutralidade ao aceitar sanções europeias contra si.
O Kremlin afirmou em diversas ocasiões que não participaria em quaisquer negociações se Kiev não aceitasse a anexação pela Rússia de 20% do território ucraniano que ocupa atualmente.
"Gostaríamos de desenvolver (...) um roteiro sobre como as partes podem se unir no âmbito de um futuro processo de paz", disse a presidente suíça, Viola Amherd.
Entre os países que compõem o grupo de nações emergentes Brics, do qual a Rússia faz parte, apenas a Índia confirmou oficialmente a sua participação. A China e o Brasil acreditam que é difícil reunir-se sem Moscou e a presença da África do Sul não está clara.
Na América Latina, participarão da cúpula o presidente colombiano, Gustavo Petro, e o equatoriano, Daniel Noboa.
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