Publicado 12/06/2024 16:44 | Atualizado 12/06/2024 16:44
Mais de 2 mil supostos membros de gangues que estavam presos em diferentes penitenciárias de El Salvador foram transferidos para o Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), o megapresídio símbolo da luta contra o crime organizado no país, anunciou o presidente Nayib Bukele.
Publicidade"Transferimos mais de 2.000 membros de gangues das prisões de Izalco [oeste], Ciudad Barrios [leste] e San Vicente [sudeste], para o Cecot", escreveu Bukele em seu perfil na rede social X.
Inaugurado no início de 2022, o Cecot tem capacidade para 40.000 reclusos e o governo salvadorenho garante que é o "maior [presídio] das Américas".
De acordo com números oficiais, até fevereiro deste ano, estavam encarcerados nessa prisão 12.500 integrantes das gangues Mara Salvatrucha (MS-13) e Barrio 18 detidos sob um regime de exceção, que é questionado por organizações de direitos humanos pela detenção de "inocentes que sofrem" na prisão.
O regime de exceção, sob o qual foram detidos mais de 80.000 supostos membros de gangues, foi decretado pelo Congresso a pedido de Bukele como resposta a uma escalada de violência que ceifou a vida de 87 pessoas entre 25 e 27 de março de 2022.
Um vídeo postado por Bukele na rede X mostra os membros de gangues vestidos somente com shorts brancos e descalços, enquanto são introduzidos correndo ao Cecot sob um forte dispositivo de segurança da polícia e de agentes da Direção Geral de Centros Penais.
"Ali pagarão pelos crimes cometidos contra o nosso povo; incomunicáveis com o exterior, sem possibilidade de sair, nem de ordenar crimes de dentro da prisão", assegurou o presidente Bukele.
O Cecot foi construído em Tecoluca, 74 km a sudeste da capital San Salvador e ocupa 166 hectares, em 23 dos quais foram erguidos oito pavilhões dentro de um perímetro com 19 torres de vigilância.
Entre os sete perímetros de segurança da penitenciária, construída a um custo não revelado pelo governo, há um muro de concreto de 11 metros de altura e 2,1 quilômetros de extensão com cercas eletrificadas. Além disso, existem dispositivos para bloquear as comunicações com o exterior.
Os detentos, que são vigiados por 250 policiais e 600 militares, dormem em beliches de chapa de aço, sem colchões ou travesseiros.
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