Exposição à contaminação do ar representaria agora uma ameaça superior ao tabagismoReprodução/redes sociais
Publicado 19/06/2024 12:47
A contaminação atmosférica, tanto em ambientes internos quanto externos, mata muitas pessoas no mundo, inclusive crianças, e já é mais letal que o tabagismo, segundo um relatório publicado nesta quarta-feira (19) sob os auspícios do Unicef.

Mais de oito milhões de pessoas, incluindo 700 mil crianças menores de cinco anos, morreram em 2021 com problemas de saúde relacionados com a contaminação, segundo o trabalho realizado por cientistas do Instituto de Efeitos para a Saúde (Health Effects Institute) norte-americano.

Estes resultados se baseiam na Global Burden Disease, uma gigantesca base de dados que compila informação de mais de 200 países. No entanto, não foram objeto de publicação em uma revista científica.

Segundo o nível de mortalidade reportado pelos pesquisadores, a exposição à contaminação do ar representaria agora uma ameaça superior ao tabagismo ou a uma má alimentação.

Na maioria dos casos, as mortes relacionadas com a contaminação do ar estão associadas à inalação de partículas finas, denominadas PM2,5, com menos de 2,5 mícrons de diâmetro.

Sabe-se que estas partículas favorecem o aparecimento de várias patologias: câncer de pulmão, doenças cardiovasculares, diabetes.
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Os autores do relatório destacam o papel cada vez mais letal da contaminação por ozônio, alimentada por episódios relacionados ao aquecimento global.

"Vemos cada vez mais regiões do mundo expostas a episódios muito breves e intensos de contaminação do ar", disse à AFP a cientista Pallavi Pant, membro do Health Effects Institute, mencionando incêndios florestais ou fortes ondas de calor.

O uso de combustíveis fósseis na cozinha (carvão, madeira...) é a principal causa de mortalidade infantil, especialmente na Ásia e na África.

Já foram feitos esforços para facilitar o acesso a técnicas de cozinha menos perigosas, o que tem contribuído em grande medida para que a mortalidade infantil relacionada com o ar tenha diminuído mais da metade desde o ano 2000, segundo o informe. "Sabemos que poderíamos resolver este tipo de problemas", insistiu Pant.
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