Publicado 20/06/2024 15:44
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que busca a reeleição em 28 de julho, assinou nesta quinta-feira (20), juntamente com outros candidatos de menor relevância, um documento para respeitar os resultados das eleições. Principal nome da oposição, Edmundo González não assinou o acordo e criticou sua "imposição unilateral".
PublicidadeO chefe do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Elvis Amoroso, próximo ao chavismo, leu os termos do pacto, que inclui "a absoluta vontade de reconhecer os resultados emitidos pelo Poder Eleitoral" e "competir em um clima de respeito, paz e participação democrática".
Oito dos 10 candidatos assinaram o documento. Maduro foi o último a assinar; os outros sete se definem como opositores, embora sejam distantes da oposição tradicional, que os rotula como “colaboradores” do governo.
"Qualquer que seja a decisão do árbitro eleitoral, amém", disse Maduro após a assinatura. "Chega de sabotagens contra nosso país, chega de conspirações. A Venezuela quer tranquilidade".
O nome de González estava no documento. "Ele não atendeu ao chamado da pátria", disse Amoroso, após tentar contactá-lo sem sucesso.
"Não recebi nenhum convite para ir hoje ao CNE", afirmou mais cedo González, candidato da principal coalizão de oposição, a Plataforma Unitária, após a desqualificação da líder María Corina Machado e o veto a outros nomes.
Enrique Márquez, ex-reitor do CNE, foi o outro candidato que também não compareceu ao evento.
González denunciou em comunicado que o texto foi "imposto unilateralmente" pelo CNE e destacou que o reconhecimento dos resultados já fazia parte do acordo assinado no ano passado entre o governo e a oposição em Barbados, com mediação da Noruega.
"É um sinal da parcialidade que caracteriza esta campanha desigual", afirmou o opositor, acrescentando que "revogar a observação internacional da União Europeia e aumentar a perseguição contra líderes e simpatizantes de nossa campanha" violava precisamente o que foi acordado em Barbados.
Amoroso retirou o convite à UE há um mês, depois que o bloco ratificou sanções individuais contra líderes do chavismo. O documento assinado nesta quinta-feira também pedia o levantamento "absoluto" de todas as medidas punitivas contra a Venezuela.
A campanha eleitoral oficial começa em 4 de julho, embora Maduro e Machado - figura central da mobilização opositora - estejam liderando comícios por todo o país há meses.
Os opositores denunciam perseguição, com 37 líderes detidos até o momento neste ano, enquanto o governo os acusa de tentar derrubar Maduro.
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