Publicado 24/06/2024 09:18
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou, neste domingo (23), que a fase "intensa" do combate aos milicianos do movimento islamista palestino Hamas na cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, onde o exército israelense lançou uma ofensiva terrestre, está prestes a terminar.
Os bombardeios israelenses continuam em Gaza após mais de oito meses de guerra contra o Hamas e, neste domingo, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, chegou aos Estados Unidos para participar de negociações "cruciais" sobre o conflito, em um momento de exasperação entre a Casa Branca e o governo de Netanyahu.
O premiê israelense anunciou, em uma entrevista à emissora local Channel 14, neste domingo, que "a fase intensa dos combates contra o Hamas está prestes a terminar".
"Está prestes a terminar. Isto não significa que a guerra esteja a ponto de terminar, mas a fase intensa da guerra está prestes a terminar em Rafah", afirmou.
"Após o final da fase intensa, poderemos deslocar algumas forças para o norte, e vamos fazê-lo", acrescentou Netanyahu, reiterando que o objetivo da ofensiva é resgatar os reféns capturados pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro e erradicar o governo do movimento islamista em Gaza.
Perguntado sobre o pós-guerra em Gaza, Netanyahu afirmou que está "claro" que Israel vai manter "o controle militar em um futuro próximo".
"Também queremos criar um governo civil, se possível com palestinos locais" e um apoio regional "para administrar o fornecimento [de material] humanitário e, mais adiante, as questões civis na Faixa", acrescentou o premiê.
O governo israelense enfrenta uma pressão crescente com os protestos contra a gestão do conflito, que no sábado mobilizaram dezenas de milhares de pessoas, e pelo aumento da tensão na fronteira norte com o grupo libanês Hezbollah.
Netanyahu instou os Estados Unidos, seu principal aliado, a acelerar o processo de desbloqueio do envio de armas e munições, depois de criticar o atraso no fornecimento nos últimos meses.
Netanyahu assegurou ao seu gabinete que o "desacordo" com Washington, que critica o alto número de civis palestinos mortos em Gaza, será superado em breve.
"À luz do que tenho ouvido nestes últimos dias, espero e acredito que esta questão será resolvida em um futuro próximo", afirmou. Neste contexto, o ministro da Defesa viajou a Washington para "abordar os acontecimentos em Gaza e no Líbano".
"Nossos vínculos com os Estados Unidos são mais importantes do que nunca. Nossos encontros com os altos funcionários americanos são cruciais para a guerra", afirmou Gallant em nota.
A frente norte de Israel, na fronteira com o Líbano, registra uma escalada de violência entre o exército israelense e o Hezbollah, aliado do Hamas, um recrudescimento que gera o temor de uma expansão do conflito na região.
O movimento pró-iraniano disse, neste domingo, que atacou com drones armados duas posições militares no norte de Israel, em resposta à morte do chefe de um grupo islamista aliado.
"Guerra de aniquilação"
PublicidadeOs bombardeios israelenses continuam em Gaza após mais de oito meses de guerra contra o Hamas e, neste domingo, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, chegou aos Estados Unidos para participar de negociações "cruciais" sobre o conflito, em um momento de exasperação entre a Casa Branca e o governo de Netanyahu.
O premiê israelense anunciou, em uma entrevista à emissora local Channel 14, neste domingo, que "a fase intensa dos combates contra o Hamas está prestes a terminar".
"Está prestes a terminar. Isto não significa que a guerra esteja a ponto de terminar, mas a fase intensa da guerra está prestes a terminar em Rafah", afirmou.
"Após o final da fase intensa, poderemos deslocar algumas forças para o norte, e vamos fazê-lo", acrescentou Netanyahu, reiterando que o objetivo da ofensiva é resgatar os reféns capturados pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro e erradicar o governo do movimento islamista em Gaza.
Perguntado sobre o pós-guerra em Gaza, Netanyahu afirmou que está "claro" que Israel vai manter "o controle militar em um futuro próximo".
"Também queremos criar um governo civil, se possível com palestinos locais" e um apoio regional "para administrar o fornecimento [de material] humanitário e, mais adiante, as questões civis na Faixa", acrescentou o premiê.
O governo israelense enfrenta uma pressão crescente com os protestos contra a gestão do conflito, que no sábado mobilizaram dezenas de milhares de pessoas, e pelo aumento da tensão na fronteira norte com o grupo libanês Hezbollah.
Netanyahu instou os Estados Unidos, seu principal aliado, a acelerar o processo de desbloqueio do envio de armas e munições, depois de criticar o atraso no fornecimento nos últimos meses.
Netanyahu assegurou ao seu gabinete que o "desacordo" com Washington, que critica o alto número de civis palestinos mortos em Gaza, será superado em breve.
"À luz do que tenho ouvido nestes últimos dias, espero e acredito que esta questão será resolvida em um futuro próximo", afirmou. Neste contexto, o ministro da Defesa viajou a Washington para "abordar os acontecimentos em Gaza e no Líbano".
"Nossos vínculos com os Estados Unidos são mais importantes do que nunca. Nossos encontros com os altos funcionários americanos são cruciais para a guerra", afirmou Gallant em nota.
A frente norte de Israel, na fronteira com o Líbano, registra uma escalada de violência entre o exército israelense e o Hezbollah, aliado do Hamas, um recrudescimento que gera o temor de uma expansão do conflito na região.
O movimento pró-iraniano disse, neste domingo, que atacou com drones armados duas posições militares no norte de Israel, em resposta à morte do chefe de um grupo islamista aliado.
"Guerra de aniquilação"
No terreno, os bombardeios israelenses não dão trégua em Gaza. Segundo testemunhas, houve novamente obuses neste domingo nos arredores e no centro de Rafah, onde o exército israelense realiza uma ofensiva terrestre desde 7 de maio.
Também houve bombardeios na Cidade de Gaza, no norte, e tanques atiraram contra o campo de refugiados de Nuseirat, no centro.
A guerra começou em 7 de outubro, quando comandos do Hamas invadiram o sul de Israel e mataram 1.194 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Os milicianos também sequestraram 251 reféns, dos quais 116 seguem retidos em Gaza, e entre os quais 41 teriam morrido, segundo o exército israelense.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007, que até o momento deixou 37.598 mortos, sobretudo civis, segundo o Ministério da Saúde do território. Em Gaza vivem aglomeradas 2,4 milhões de pessoas à beira da fome extrema, segundo a ONU.
"Não há nem verduras, nem frutas. Não há vitaminas. Quando você cai doente, fica de cama durante por duas ou três semanas para se recuperar", criticou Umm Siraj al Balawi, uma mãe de 33 anos no campo de refugiados de Jabalia, no norte.
"Esta guerra deve terminar porque é uma guerra de deslocamento. É uma guerra de aniquilação", disse. A guerra em Gaza também reavivou a violência na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967.
O exército israelense admitiu, neste domingo, ter violado os protocolos operacionais durante uma incursão em Jenin, na qual soldados mataram um palestino ferido no capô de um veículo militar. As imagens viralizaram e provocaram uma onda de indignação.
Também houve bombardeios na Cidade de Gaza, no norte, e tanques atiraram contra o campo de refugiados de Nuseirat, no centro.
A guerra começou em 7 de outubro, quando comandos do Hamas invadiram o sul de Israel e mataram 1.194 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais israelenses.
Os milicianos também sequestraram 251 reféns, dos quais 116 seguem retidos em Gaza, e entre os quais 41 teriam morrido, segundo o exército israelense.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar na Faixa de Gaza, governada pelo Hamas desde 2007, que até o momento deixou 37.598 mortos, sobretudo civis, segundo o Ministério da Saúde do território. Em Gaza vivem aglomeradas 2,4 milhões de pessoas à beira da fome extrema, segundo a ONU.
"Não há nem verduras, nem frutas. Não há vitaminas. Quando você cai doente, fica de cama durante por duas ou três semanas para se recuperar", criticou Umm Siraj al Balawi, uma mãe de 33 anos no campo de refugiados de Jabalia, no norte.
"Esta guerra deve terminar porque é uma guerra de deslocamento. É uma guerra de aniquilação", disse. A guerra em Gaza também reavivou a violência na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967.
O exército israelense admitiu, neste domingo, ter violado os protocolos operacionais durante uma incursão em Jenin, na qual soldados mataram um palestino ferido no capô de um veículo militar. As imagens viralizaram e provocaram uma onda de indignação.
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