Publicado 26/06/2024 10:40
O jornalista dos Estados Unidos Evan Gershkovich, detido na Rússia há 15 meses por acusações de espionagem que ele nega, compareceu nesta quarta-feira (26) a um tribunal de Ekaterimburgo para o primeiro dia de seu julgamento, que acontece a portas fechadas. A Justiça russa nunca detalhou as acusações contra o jornalista do Wall Street Journal (WSJ).
Gershkovich, 32 anos, foi detido em março de 2023 pelo Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia e se tornou o primeiro jornalista ocidental desde o período soviético acusado de espionagem na Rússia.
Nesta quarta-feira, ele apareceu em um cubículo transparente no tribunal regional de Sverdlovsk com a cabeça raspada. O norte-americano sorriu para alguns jornalistas e os cumprimentou com um "olá" quase inaudível.
A imprensa credenciada teve um rápido acesso ao tribunal antes do início do julgamento, que acontecerá com portas fechadas.
Uma porta-voz do tribunal, Irina Toshcheva, informou que a próxima audiência acontecerá em 13 de agosto e que a imprensa não será autorizada a filmar o jornalista novamente antes do anúncio do veredicto, em uma data que ainda não foi determinada.
O Serviço Federal Penitenciário (FSIN) se negou a informar onde Gershkovich permanecerá detido - até agora ele estava em prisão preventiva em Moscou, a 1.400 km de Ekaterimburgo.
A embaixada dos Estados Unidos em Moscou afirmou que seus representantes conseguiram acompanhar parte da audiência desta quarta-feira.
"Durante o período, as autoridades russas não apresentaram nenhuma evidência que corrobore as acusações", denunciou a embaixada, reafirmando que o jornalista foi detido "ilegalmente" e utilizado como "moeda de troca" pela Rússia "para alcançar objetivos políticos".
Gershkovich, que trabalhou para a AFP em Moscou entre 2020 e 2021 e pode ser condenado a até 20 anos de prisão, foi acusado de obter informações confidenciais em nome da CIA sobre um dos principais fabricantes de armas do país, o grupo Uralvagonzavod.
A empresa produz tanques T-90, que são utilizados na Ucrânia, o tanque Armata de nova geração e vagões de carga, entre outros.
Gershkovich, o WSJ e seus parentes rejeitam as acusações, assim como o governo dos Estados Unidos, que acredita que a Rússia criou um caso do zero para trocar o jornalista por vários russos detidos em países ocidentais.
Negociações para uma troca
PublicidadeGershkovich, 32 anos, foi detido em março de 2023 pelo Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia e se tornou o primeiro jornalista ocidental desde o período soviético acusado de espionagem na Rússia.
Nesta quarta-feira, ele apareceu em um cubículo transparente no tribunal regional de Sverdlovsk com a cabeça raspada. O norte-americano sorriu para alguns jornalistas e os cumprimentou com um "olá" quase inaudível.
A imprensa credenciada teve um rápido acesso ao tribunal antes do início do julgamento, que acontecerá com portas fechadas.
Uma porta-voz do tribunal, Irina Toshcheva, informou que a próxima audiência acontecerá em 13 de agosto e que a imprensa não será autorizada a filmar o jornalista novamente antes do anúncio do veredicto, em uma data que ainda não foi determinada.
O Serviço Federal Penitenciário (FSIN) se negou a informar onde Gershkovich permanecerá detido - até agora ele estava em prisão preventiva em Moscou, a 1.400 km de Ekaterimburgo.
A embaixada dos Estados Unidos em Moscou afirmou que seus representantes conseguiram acompanhar parte da audiência desta quarta-feira.
"Durante o período, as autoridades russas não apresentaram nenhuma evidência que corrobore as acusações", denunciou a embaixada, reafirmando que o jornalista foi detido "ilegalmente" e utilizado como "moeda de troca" pela Rússia "para alcançar objetivos políticos".
Gershkovich, que trabalhou para a AFP em Moscou entre 2020 e 2021 e pode ser condenado a até 20 anos de prisão, foi acusado de obter informações confidenciais em nome da CIA sobre um dos principais fabricantes de armas do país, o grupo Uralvagonzavod.
A empresa produz tanques T-90, que são utilizados na Ucrânia, o tanque Armata de nova geração e vagões de carga, entre outros.
Gershkovich, o WSJ e seus parentes rejeitam as acusações, assim como o governo dos Estados Unidos, que acredita que a Rússia criou um caso do zero para trocar o jornalista por vários russos detidos em países ocidentais.
Negociações para uma troca
Apesar de cumprir a prisão preventiva na penitenciária Lefortovo, em Moscou, o americano está sendo julgado em Ekaterimburgo, na região dos Urais, onde foi detido.
A família de Gershkovich explicou à AFP no início do ano que conta com a promessa do presidente norte-americano, Joe Biden, de obter a libertação do jornalista.
Um nome importante da diplomacia russa, Sergei Ryabkov, revelou na semana passada que Moscou apresentou uma proposta a Washington para uma troca de prisioneiros, sem revelar os detalhes. Ele declarou que "a bola está no campo dos Estados Unidos".
Nesta quarta-feira, Ryabkov, citado pela agência Interfax, pediu ao governo dos Estados Unidos que examine "com seriedade os sinais" enviados por Moscou sobre a questão.
O presidente russo Vladimir Putin admitiu que negociações estão em curso e deu a entender que poderia solicitar a libertação de Vadim Krasikov, condenado à prisão perpétua na Alemanha por ter assassinado, em Berlim em 2019 por ordem de Moscou, m ex-comandante separatista checheno.
Vários americanos estão presos na Rússia, incluindo a jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva, detida no passado por violar a lei de "agentes estrangeiros", e o ex-fuzileiro naval Paul Whelan, que cumpre uma pena de 16 anos de prisão por espionagem, uma acusação que ele nega.
Gershkovich, filho de judeus que emigraram da União Soviética, cresceu em Nova Jersey e trabalhava na Rússia desde 2017 para várias empresas de jornalismo. Em uma carta publicada em 2023, ele afirmou que "não perde a esperança".
A embaixadora norte-americana na Rússia, Lynne Tracy, que o visitou na prisão em maio, afirmou que o jornalista "mantém uma atitude positiva, esperando o início do processo por um crime que não cometeu".
A família de Gershkovich explicou à AFP no início do ano que conta com a promessa do presidente norte-americano, Joe Biden, de obter a libertação do jornalista.
Um nome importante da diplomacia russa, Sergei Ryabkov, revelou na semana passada que Moscou apresentou uma proposta a Washington para uma troca de prisioneiros, sem revelar os detalhes. Ele declarou que "a bola está no campo dos Estados Unidos".
Nesta quarta-feira, Ryabkov, citado pela agência Interfax, pediu ao governo dos Estados Unidos que examine "com seriedade os sinais" enviados por Moscou sobre a questão.
O presidente russo Vladimir Putin admitiu que negociações estão em curso e deu a entender que poderia solicitar a libertação de Vadim Krasikov, condenado à prisão perpétua na Alemanha por ter assassinado, em Berlim em 2019 por ordem de Moscou, m ex-comandante separatista checheno.
Vários americanos estão presos na Rússia, incluindo a jornalista russo-americana Alsu Kurmasheva, detida no passado por violar a lei de "agentes estrangeiros", e o ex-fuzileiro naval Paul Whelan, que cumpre uma pena de 16 anos de prisão por espionagem, uma acusação que ele nega.
Gershkovich, filho de judeus que emigraram da União Soviética, cresceu em Nova Jersey e trabalhava na Rússia desde 2017 para várias empresas de jornalismo. Em uma carta publicada em 2023, ele afirmou que "não perde a esperança".
A embaixadora norte-americana na Rússia, Lynne Tracy, que o visitou na prisão em maio, afirmou que o jornalista "mantém uma atitude positiva, esperando o início do processo por um crime que não cometeu".
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.