Publicado 27/06/2024 19:01
Os líderes dos países da União Europeia (UE) iniciaram nesta quinta-feira (27), em Bruxelas, uma cúpula de dois dias para formalizar a distribuição dos principais cargos do bloco, provocando a indignação dos dirigentes de extrema direita da Itália e Hungria, que foram excluídos das negociações.
O acordo de partilha de poder foi alcançado na terça-feira entre seis países com líderes de direita, sociais-democratas ou liberais, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz.
Os nomes foram definidos após as eleições legislativas realizadas pelos 27 países do bloco de 6 a 9 de junho, nas quais a extrema direita obteve um avanço significativo.
No entanto, as discussões mais ásperas aconteceram nesta quinta-feira, quando os líderes analisaram a adoção de uma Agenda Estratégica, em função de emendas propostas por França e Alemanha na última hora.
Eleitores 'enganados'
PublicidadeO acordo de partilha de poder foi alcançado na terça-feira entre seis países com líderes de direita, sociais-democratas ou liberais, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz.
Os nomes foram definidos após as eleições legislativas realizadas pelos 27 países do bloco de 6 a 9 de junho, nas quais a extrema direita obteve um avanço significativo.
No entanto, as discussões mais ásperas aconteceram nesta quinta-feira, quando os líderes analisaram a adoção de uma Agenda Estratégica, em função de emendas propostas por França e Alemanha na última hora.
Eleitores 'enganados'
O primeiro-ministro ultranacionalista da Hungria, Viktor Orban, denunciou ao chegar à cúpula um "acordo vergonhoso", afirmando que "os eleitores europeus foram enganados".
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, à frente de uma coalizão ultraconservadora, criticou na quarta-feira um acordo da "oligarquia" e insinuou que poderia "arruinar a festa".
O chefe do governo da Polônia, Donald Tusk, buscou conter os danos, afirmando nesta quinta-feira que "não há uma Europa sem a Itália, nem uma decisão sem a primeira-ministra Meloni".
O acordo prevê um segundo mandato para a alemã Ursula von der Leyen à frente da Comissão Europeia, o órgão executivo da UE. Mas seu nome terá que ser aprovado pelo Parlamento Europeu.
Também coloca o português António Costa na presidência do Conselho Europeu (composto pelos líderes dos Estados membros da UE) e a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, como alta representante, ou seja, à frente da diplomacia do bloco.
Na reunião informal realizada uma semana antes, os três nomes já haviam obtido consenso.
"Não há absolutamente nenhuma dúvida, há um claro consenso de que (...) Von der Leyen será designada", disse o primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris.
Ao chegar à reunião, Kallas adotou uma postura cautelosa. "Na Estônia, costumamos dizer que não se deve prometer a pele do urso antes de caçá-lo".
Embora a agenda oficial preveja uma segunda rodada de conversas para sexta-feira, a maioria das delegações indicou que pretende resolver a questão em um único dia, de modo a enviar uma mensagem de unidade.
"Esperamos que todos apoiem" o acordo sobre a distribuição de cargos. "Todos os países do bloco são igualmente importantes", declarou Scholz.
Papel da extrema direita
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, à frente de uma coalizão ultraconservadora, criticou na quarta-feira um acordo da "oligarquia" e insinuou que poderia "arruinar a festa".
O chefe do governo da Polônia, Donald Tusk, buscou conter os danos, afirmando nesta quinta-feira que "não há uma Europa sem a Itália, nem uma decisão sem a primeira-ministra Meloni".
O acordo prevê um segundo mandato para a alemã Ursula von der Leyen à frente da Comissão Europeia, o órgão executivo da UE. Mas seu nome terá que ser aprovado pelo Parlamento Europeu.
Também coloca o português António Costa na presidência do Conselho Europeu (composto pelos líderes dos Estados membros da UE) e a primeira-ministra da Estônia, Kaja Kallas, como alta representante, ou seja, à frente da diplomacia do bloco.
Na reunião informal realizada uma semana antes, os três nomes já haviam obtido consenso.
"Não há absolutamente nenhuma dúvida, há um claro consenso de que (...) Von der Leyen será designada", disse o primeiro-ministro da Irlanda, Simon Harris.
Ao chegar à reunião, Kallas adotou uma postura cautelosa. "Na Estônia, costumamos dizer que não se deve prometer a pele do urso antes de caçá-lo".
Embora a agenda oficial preveja uma segunda rodada de conversas para sexta-feira, a maioria das delegações indicou que pretende resolver a questão em um único dia, de modo a enviar uma mensagem de unidade.
"Esperamos que todos apoiem" o acordo sobre a distribuição de cargos. "Todos os países do bloco são igualmente importantes", declarou Scholz.
Papel da extrema direita
A grande incógnita é o nível de resistência que os governos mais diretamente ligados à extrema direita, especialmente Itália e Hungria, irão apresentar.
A aprovação dos nomes para os principais cargos europeus não requer unanimidade, apenas o voto da maioria, que deve ser ratificado pelo Parlamento Europeu em 18 de julho.
Meloni e Orban exigem que a distribuição de cargos respeite o número de votos nas recentes eleições europeias.
A premiê italiana exige que Roma tenha "pelo menos" uma vice-presidência da Comissão Europeia e uma pasta pela qual possa influenciar em matéria industrial e agrícola.
A dinâmica na UE poderá ser radicalmente redefinida se o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN) vencer as eleições legislativas antecipadas na França, que serão realizadas em 30 de junho e 7 de julho.
O RN foi o partido francês de melhor desempenho nas eleições europeias e, se conseguir maioria no país, poderá forçar Macron a nomear um primeiro-ministro de extrema direita.
Ao ser questionado se as eleições na França surgiam como uma "sombra" sobre a Europa, Orban disse que, ao contrário, era "um raio de sol". "Grandes coisas poderão acontecer" na França após as eleições, acrescentou.
Além de abordar a distribuição de cargos, os líderes da UE assinaram com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, um acordo sobre "compromissos de segurança" da UE com a Ucrânia, que enfrenta uma invasão militar russa há quase dois anos e meio.
Zelensky disse aos líderes europeus que seu país "precisa urgentemente" de equipamentos de defesa antiaérea.
A aprovação dos nomes para os principais cargos europeus não requer unanimidade, apenas o voto da maioria, que deve ser ratificado pelo Parlamento Europeu em 18 de julho.
Meloni e Orban exigem que a distribuição de cargos respeite o número de votos nas recentes eleições europeias.
A premiê italiana exige que Roma tenha "pelo menos" uma vice-presidência da Comissão Europeia e uma pasta pela qual possa influenciar em matéria industrial e agrícola.
A dinâmica na UE poderá ser radicalmente redefinida se o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN) vencer as eleições legislativas antecipadas na França, que serão realizadas em 30 de junho e 7 de julho.
O RN foi o partido francês de melhor desempenho nas eleições europeias e, se conseguir maioria no país, poderá forçar Macron a nomear um primeiro-ministro de extrema direita.
Ao ser questionado se as eleições na França surgiam como uma "sombra" sobre a Europa, Orban disse que, ao contrário, era "um raio de sol". "Grandes coisas poderão acontecer" na França após as eleições, acrescentou.
Além de abordar a distribuição de cargos, os líderes da UE assinaram com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, um acordo sobre "compromissos de segurança" da UE com a Ucrânia, que enfrenta uma invasão militar russa há quase dois anos e meio.
Zelensky disse aos líderes europeus que seu país "precisa urgentemente" de equipamentos de defesa antiaérea.
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