Publicado 01/07/2024 15:40 | Atualizado 01/07/2024 15:40
A Bolívia convocou nesta segunda-feira, 1º, o seu embaixador na Argentina para consultas, rejeitando uma declaração do governo de Javier Milei, na qual descreveu o golpe fracassado contra o presidente Luis Arce como uma "falsa denúncia".
Publicidade"Nosso embaixador do Estado Plurinacional da Bolívia na Argentina, Ramiro Tapia, foi convocado para consulta para estar presente na sede do governo", anunciou a ministra e porta-voz da presidência, María Nela Prada, em pronunciamento à imprensa.
Simultaneamente, o Ministério das Relações Exteriores boliviano convocou o embaixador argentino em La Paz, Marcelo Massoni, para expressar sua "forte rejeição às declarações" do gabinete do presidente Milei, acrescentou a ministra interina das Relações Exteriores.
Mais cedo, seu gabinete havia desaprovado as declarações "hostis e imprudentes" emitidas em um comunicado do gabinete de Milei, no qual a denúncia de Arce sobre o levante armado de 26 de junho foi "confirmada como fraudulenta".
Segundo a Chancelaria boliviana, "as afirmações mal informadas e tendenciosas" sobre a "inexistência de um golpe de Estado" fracassado representam "um negacionismo excessivo e inaceitável".
O governo boliviano convida a "se informar e agir no marco dos princípios de respeito à soberania e da não intervenção em assuntos internos de outros Estados", acrescentou.
O governo ultraliberal de Milei, que mantém relações tensas com os governos de esquerda da região, distanciou-se do apoio internacional que Arce recebeu diante do levante militar dos ex-comandantes das Forças Armadas, liderados pelo general Juan José Zúñiga, ex-chefe do Exército.
Zúñiga liderou as tropas que cercaram o palácio presidencial com tanques durante várias horas, antes de recuarem.
O general e os outros comandantes foram detidos juntamente com outros 18 militares ativos, reformados e civis acusados de tentar derrubar o presidente Arce.
No entanto, a versão oficial começou a ser questionada depois que Zúñiga, no momento de sua captura, afirmou que agiu a pedido de Arce para aumentar sua popularidade, o que foi negado pelo presidente boliviano.
No domingo, o ex-presidente Evo Morales acusou Arce, seu antigo aliado, de ter mentido "ao mundo" com um "autogolpe".
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