Publicado 05/07/2024 12:51
Um ex-deputado argentino foi considerado culpado de "perturbação no exercício de suas funções" por ter beijado os seios de sua mulher em frente às câmeras enquanto participava de uma sessão parlamentar virtual em sua casa, em 2020.
PublicidadeA Câmara Federal de Cassação condenou Juan Ameri a um mês de prisão em suspensão pelo episódio ocorrido durante um debate virtual da Câmara dos Deputados, em meio às restrições sanitárias aplicadas durante a pandemia de covid-19 na Argentina.
Em sua decisão, a Justiça argentina considerou "evidente que [ele] sabia que sua conduta poderia ser advertida pelos representantes do povo, assim como também por aquelas pessoas que estavam vendo a transmissão ao vivo do debate".
"Estou mal, muito mal. Achei que a internet tivesse caído. Minha companheira veio me mostrar como ficaram suas próteses mamárias. E dei um beijo em seu seio, foi só isso", explicou Ameri quando o tribunal lhe repreendeu por seus atos.
O ocorrido desencadeou um escândalo que levou à sua renúncia da Câmara Baixa, na qual atuava como deputado pela província de Salta (nordeste) do partido Frente de Todos (centro-esquerda). O vídeo viralizou rapidamente nas redes sociais, onde foi assunto durante meses.
"A mídia me destruiu e paguei com minha saúde. Devo ter pensado em uma centena de maneiras diferentes de cometer suicídio", declarou Ameri ao jornal La Nación.
O ex-deputado se dedica à venda de produtos avícolas e vive modestamente com a família, afastado da atividade partidária.
"Sou inocente e no máximo sou culpado por não ter estado atento durante o meu horário de trabalho", considerou.
Ameri, que descartou concorrer novamente a cargos eletivos, alertou que recorrerá da condenação "na Suprema Corte e na Corte Interamericana de Direitos Humanos".
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