Bombardeio foi condenado pelos aliados ocidentais da UcrâniaReprodução
Publicado 09/07/2024 15:28
A capital ucraniana está de luto nesta terça-feira (9) pelos bombardeios russos que deixaram mais de 30 mortos e destruíram o maior hospital pediátrico do país, um balanço que ainda deve aumentar à medida que os escombros são removidos.

O bombardeio do hospital infantil de Okhmatdyt chocou a Ucrânia, depois de mais de dois anos de uma guerra que começou com a invasão russa em fevereiro de 2022.

O ataque também foi condenado pelos aliados ocidentais da ex-república soviética.

"Dirigir intencionalmente ataques contra um hospital protegido é um crime de guerra", declarou nesta terça Joyce Msuya, subsecretária interina da ONU para assuntos humanitários.

"Estes incidentes fazem parte de um preocupante padrão de ataques sistemáticos contra centros de saúde e outras infraestruturas civis na Ucrânia", destacou durante uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, convocada a pedido de Kiev.

Pela manhã, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, indicou que cerca de 40 pessoas morreram em todo o país na segunda-feira, incluindo quatro crianças, e 190 ficaram feridas pelos quase 40 mísseis lançados pela Rússia.

Mais tarde, anunciou sua chegada a Washington para participar de uma cúpula importante da Otan, onde planejava reivindicar mais armas para seu país.

"Estamos lutando para obter mais defesa antiaérea" e "mais aviões F-16", que devem chegar à Ucrânia em breve, disse.

'Profunda dor'
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Ao menos 33 pessoas morreram em Kiev, onde bombardeios atingiram um hospital, uma clínica privada e prédios residenciais, segundo o último balanço oficial. Um anterior indicava 31 mortes.

O papa Francisco expressou a sua "profunda dor" pelos ataques aos dois centros médicos, informou o Vaticano em um comunicado.

A Prefeitura declarou um dia de luto na capital, onde as bandeiras foram hasteadas a meio mastro e os eventos de entretenimento foram adiados.

Segundo o governo ucraniano, um míssil de cruzeiro russo Kh-101 atingiu o hospital pediátrico, embora a Rússia afirme que o ataque foi provocado pelos sistemas de defesa antiaérea ucranianos.

Moscou reiterou nesta terça-feira que as forças russas atacam apenas infraestruturas militares.

As Nações Unidas afirmaram que havia uma "forte probabilidade" de que o hospital pediátrico tenha sofrido um "impacto direto" de um míssil "lançado pela Federação Russa".

A representante do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos na Ucrânia, Danielle Bell, admitiu que ainda era necessária uma investigação mais profunda, mas que as gravações mostraram "que a arma atingiu diretamente o hospital".

'Insuportável'
Segundo Zelensky, quase 400 socorristas e centenas de voluntários trabalhavam na segunda-feira no hospital Okhmatdyt para ajudar a limpar os escombros e procurar sobreviventes.

Em um prédio residencial no bairro de Syrets, no oeste de Kiev, pelo menos 12 pessoas, incluindo quatro crianças, morreram, de acordo com o prefeito da capital ucraniana, Vitali Klitschko.

Sete pessoas - cinco cuidadores e dois pacientes - morreram no bombardeio contra a clínica privada Adonis, no leste da cidade.

No hospital Okhmatdyt, dois adultos - um médico e um visitante - morreram e 32 pessoas ficaram feridas, segundo as autoridades.

A paz é "de extrema importância" e "a guerra não pode resolver problemas", sublinhou o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ao presidente russo, Vladimir Putin.

"Quando crianças inocentes são assassinadas, você as vê morrer, seu coração dói e essa dor é insuportável", disse o líder indiano em Moscou, onde está em visita oficial.

O Exército russo vem ganhando terreno na linha de frente há meses e tenta aproveitar as dificuldades de Kiev para reabastecer suas fileiras e obter mais armas do Ocidente.

Moscou reivindicou a tomada de Iasnobrodivka, uma localidade no leste da Ucrânia, nesta terça-feira, segundo o Ministério da Defesa russo.

Na zona fronteiriça russa de Belgorod, os bombardeios ucranianos deixaram pelo menos quatro mortos nas últimas 24 horas, segundo o governador regional.
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