Grupo militar assumiu o controle da região de Gaza em 2007AFP
Publicado 12/07/2024 08:13
O Hamas propôs que um governo palestino independente administre a Faixa de Gaza após a guerra, durante as negociações que tentam acabar com mais de nove meses de combates entre o movimento islamista e Israel no território devastado.
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Ao menos 32 palestinos morreram nesta sexta-feira (12) em bombardeios israelenses que atingiram o norte, o centro e o sul de Gaza, cenário de uma guerra desde o ataque do Hamas em Israel no dia 7 de outubro, informou o Ministério da Saúde do território.
"Apresentamos a proposta de que um governo apartidário, com poderes nacionais, administre Gaza e Cisjordânia depois da guerra", declarou em um comunicado Hossam Badran, membro do gabinete político do Hamas, que governa o território palestino estreito desde 2007.
A declaração coincide com a retomada das negociações indiretas entre os dois lados, que vistam uma trégua e a libertação dos reféns mantidos em cativeiro em Gaza.
O presidente americano, Joe Biden, afirmou na quinta-feira que "avanços" foram registrados para alcançar um acordo de cessar-fogo e elogiou a "tendência positiva" das negociações, mediadas por Egito, Catar e Estados Unidos.
"A administração de Gaza após a guerra é uma questão interna palestina que não deve sofrer nenhuma interferência externa. Não vamos falar em Gaza (após a guerra) com qualquer parte estrangeira", insistiu Badran.
Um líder do Hamas, no entanto, declarou à AFP, sob a condição de anonimato, que a proposta, que também pede sugere "preparar o caminho para eleições gerais", foi apresentada "com os mediadores".
O conflito começou quando comandos islamitas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais israelitas. O Exército israelense calcula que 116 pessoas permanecem em cativeiro em Gaza, 42 das quais teriam morrido.
Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva em Gaza que já matou 38.345 pessoas, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território.
O Hamas anunciou no domingo que não exigia mais um cessar-fogo permanente para negociar a libertação dos reféns, uma demanda em que havia insistido nos últimos meses.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, prometeu que não acabaria com a guerra antes de libertar todos os reféns e destruir o Hamas, uma organização que considera "terrorista", mesma classificação atribuída ao movimento por Estados Unidos e União Europeia.
A ofensiva militar israelense, acompanhada por um cerco quase completo de Gaza desde 9 de outubro, devastou o território e provocou o deslocamento de grande parte da população, que enfrenta a escassez de água e comida.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que apenas cinco caminhões de ajuda conseguiram entrar em Gaza na semana passada.
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