Vaughan Gething tornou-se em março o primeiro negro a liderar uma das nações que compõem o Reino UnidoBen Birchall / AFP
Publicado 16/07/2024 10:09
O primeiro-ministro do País de Gales, o trabalhista Vaughan Gething, renunciou nesta terça-feira (16), quatro meses depois de tomar posse, após um período marcado por vários escândalos.
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"Tomei a difícil decisão de iniciar o processo de renúncia ao meu cargo de líder do Partido Trabalhista de Gales e, portanto, de primeiro-ministro", escreveu Vaughan Gething em um comunicado.
"Eu esperava que durante o verão (hemisfério norte, inverno no Brasil) pudesse ter ocorrido um período de reflexão, reconstrução e renovação sob a minha liderança. Mas reconheço agora que isso não é possível", acrescentou.
Nesta terça-feira, pouco antes da renúncia de Gething, quatro ministros galeses anunciaram que deixariam os seus cargos, acrescentando que não poderiam permanecer enquanto o seu chefe de Governo estivesse à frente do Executivo.
Por causa disso, Gething se viu em uma situação difícil para continuar no cargo. O primeiro-ministro galês esteve envolvido em alguns escândalos, entre eles a aceitação de 200 mil libras (255 mil dólares ou 1,3 milhão de reais), durante a sua campanha eleitoral, de um doador condenado por crimes ambientais.
Vaughan Gething afirmou ter seguido a lei nesse caso e disse que foi alvo de acusações "perniciosas, com motivação política e expressamente falsas".
Gething, um ex-advogado de 50 anos, foi alvo de uma moção de censura no início de junho, que perdeu e o enfraqueceu enormemente. A medida foi apresentada pelos conservadores após o fim do acordo de cooperação entre os trabalhistas e os nacionalistas galeses de Plaid Cymru.
O ex-premiê, que nasceu na Zâmbia, filho de pai galês e mãe originária desse país africano, tornou-se em março o primeiro homem negro a liderar uma das nações que compõem o Reino Unido.
A renúncia ocorre dez dias depois da vitória esmagadora do Partido Trabalhista nas eleições parlamentares britânicas, após 14 anos de poder conservador. No País de Gales, que tem 3,1 milhões de habitantes, o governo local é responsável por questões como saúde, educação e transportes.
 
 
 
 
 
 
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