Publicado 17/07/2024 14:20
"Muito pequenas ou fracas demais”. Após a tentativa de assassinato contra Donald Trump durante um comício, alguns líderes e figuras proeminentes da direita ultraconservadora dos Estados Unidos criticaram as mulheres do Serviço Secreto encarregadas de proteger o ex-presidente.
O Serviço Secreto, responsável por resguardar as figuras políticas mais importantes do país, tem sido alvo de críticas por permitir que o atirador se aproximasse tanto de Trump, além de comentários sexistas contra sua política de recrutamento "DEI", que promove diversidade, equidade e inclusão.
Várias mulheres de terno e óculos escuros, vestindo o uniforme típico dos agentes do Serviço Secreto, se lançaram para proteger e evacuar o candidato presidencial republicano, que acabou ferido na orelha, durante a tentativa de assassinato em um comício na Pensilvânia no sábado.
"Não deveria haver mulheres no Serviço Secreto. Os agentes devem ser os melhores e nenhum dos melhores é mulher", escreveu o ativista de direita Matt Walsh na rede social X.
Por outro lado, o congressista republicano Tim Burchett criticou a diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, por implementar a política DEI na organização e por seu passado como chefe de segurança na PepsiCo: "Não consigo imaginar como uma contratação DEI da Pepsi possa ser uma escolha ruim para a chefe do Serviço Secreto #sarcasmo", postou no X.
Após vários anos na PepsiCo, Cheatle se tornou a segunda mulher a liderar a agência federal, onde já havia trabalhado por quase 30 anos.
Guerra cultural
PublicidadeO Serviço Secreto, responsável por resguardar as figuras políticas mais importantes do país, tem sido alvo de críticas por permitir que o atirador se aproximasse tanto de Trump, além de comentários sexistas contra sua política de recrutamento "DEI", que promove diversidade, equidade e inclusão.
Várias mulheres de terno e óculos escuros, vestindo o uniforme típico dos agentes do Serviço Secreto, se lançaram para proteger e evacuar o candidato presidencial republicano, que acabou ferido na orelha, durante a tentativa de assassinato em um comício na Pensilvânia no sábado.
"Não deveria haver mulheres no Serviço Secreto. Os agentes devem ser os melhores e nenhum dos melhores é mulher", escreveu o ativista de direita Matt Walsh na rede social X.
Por outro lado, o congressista republicano Tim Burchett criticou a diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, por implementar a política DEI na organização e por seu passado como chefe de segurança na PepsiCo: "Não consigo imaginar como uma contratação DEI da Pepsi possa ser uma escolha ruim para a chefe do Serviço Secreto #sarcasmo", postou no X.
Após vários anos na PepsiCo, Cheatle se tornou a segunda mulher a liderar a agência federal, onde já havia trabalhado por quase 30 anos.
Guerra cultural
O Serviço Secreto, que nomeou suas primeiras agentes em 1971, planeja que 30% de seus recrutas sejam mulheres até 2030, segundo um relatório da CBS News de 2023.
"Estou muito consciente (...) de que precisamos atrair candidatos diversos e garantir que desenvolvamos e ofereçamos oportunidades a todos em nossa equipe, especialmente às mulheres", disse Cheatle à CBS na época.
Como parte de sua guerra cultural, a direita ultraconservadora aproveitou a declaração para denunciar a "wokeficação" no recrutamento, um termo pejorativo que usam para se referir à promoção de temas como igualdade racial, direitos LGBTQPIA+, inclusão ou diversidade, em um momento em que se busca contratar além dos homens brancos.
"Os resultados das políticas DEI: DEI matou alguém", postou a conta conservadora popular Libs no TikTok, em referência ao bombeiro que morreu durante o ataque na Pensilvânia.
Procurado pela AFP, o Serviço Secreto não enviou uma reação imediata.
As práticas de diversificação na contratação aceleraram após o assassinato do afro-americano George Floyd em 2020 por policiais brancos, desencadeando um movimento antirracista no país.
Mas os conservadores intensificaram sua contra-ofensiva nos últimos meses contra os temas de diversidade, argumentando que essas práticas colocam os homens brancos em "desvantagem".
J.D. Vance, o senador eleito de Ohio e companheiro de chapa presidencial de Trump, chegou a apresentar uma proposta de lei em junho para eliminar os programas DEI no governo federal.
"DEI é racismo, simples e claro. É hora de proibi-lo nacionalmente, começando pelo governo federal", disse ele em postagem no X.
Agentes masculinos em Milwaukee
"Estou muito consciente (...) de que precisamos atrair candidatos diversos e garantir que desenvolvamos e ofereçamos oportunidades a todos em nossa equipe, especialmente às mulheres", disse Cheatle à CBS na época.
Como parte de sua guerra cultural, a direita ultraconservadora aproveitou a declaração para denunciar a "wokeficação" no recrutamento, um termo pejorativo que usam para se referir à promoção de temas como igualdade racial, direitos LGBTQPIA+, inclusão ou diversidade, em um momento em que se busca contratar além dos homens brancos.
"Os resultados das políticas DEI: DEI matou alguém", postou a conta conservadora popular Libs no TikTok, em referência ao bombeiro que morreu durante o ataque na Pensilvânia.
Procurado pela AFP, o Serviço Secreto não enviou uma reação imediata.
As práticas de diversificação na contratação aceleraram após o assassinato do afro-americano George Floyd em 2020 por policiais brancos, desencadeando um movimento antirracista no país.
Mas os conservadores intensificaram sua contra-ofensiva nos últimos meses contra os temas de diversidade, argumentando que essas práticas colocam os homens brancos em "desvantagem".
J.D. Vance, o senador eleito de Ohio e companheiro de chapa presidencial de Trump, chegou a apresentar uma proposta de lei em junho para eliminar os programas DEI no governo federal.
"DEI é racismo, simples e claro. É hora de proibi-lo nacionalmente, começando pelo governo federal", disse ele em postagem no X.
Agentes masculinos em Milwaukee
O recrutamento no Serviço Secreto já foi criticado em maio, após o Congresso iniciar uma investigação sobre um incidente envolvendo uma agente de segurança da vice-presidente Kamala Harris.
Em uma carta para Kimberly Cheatle, o congressista republicano James Comer expressou preocupação com a contratação da agente e a verificação de seus antecedentes, argumentando que a atual escassez de pessoal "levou a agência a diminuir seus rigorosos padrões como parte dos esforços de diversidade, equidade e inclusão".
Em resposta, o porta-voz do Serviço Secreto, Anthony Guglielmi, afirmou que o recrutamento é realizado "com os mais altos padrões profissionais (...) e em nenhum momento a agência diminuiu esses padrões".
Cheatle ignorou os pedidos de renúncia e a agência indicou que participará "plenamente" da investigação independente solicitada pelo presidente Joe Biden sobre o ataque a Trump.
A diretora do Serviço Secreto deverá comparecer ao Congresso em 22 de julho.
Biden afirmou que se sente "seguro" com o Serviço Secreto, embora tenha admitido que é uma "questão em aberto" se o atentado contra o republicano poderia ter sido previsto.
Trump estava cercado apenas por agentes homens em sua primeira aparição pública na Convenção Nacional Republicana em Milwaukee, na segunda-feira.
"Assim É como se deve proteger um presidente", escreveu o comentarista conservador Rogan O'Handley no X.
Em uma carta para Kimberly Cheatle, o congressista republicano James Comer expressou preocupação com a contratação da agente e a verificação de seus antecedentes, argumentando que a atual escassez de pessoal "levou a agência a diminuir seus rigorosos padrões como parte dos esforços de diversidade, equidade e inclusão".
Em resposta, o porta-voz do Serviço Secreto, Anthony Guglielmi, afirmou que o recrutamento é realizado "com os mais altos padrões profissionais (...) e em nenhum momento a agência diminuiu esses padrões".
Cheatle ignorou os pedidos de renúncia e a agência indicou que participará "plenamente" da investigação independente solicitada pelo presidente Joe Biden sobre o ataque a Trump.
A diretora do Serviço Secreto deverá comparecer ao Congresso em 22 de julho.
Biden afirmou que se sente "seguro" com o Serviço Secreto, embora tenha admitido que é uma "questão em aberto" se o atentado contra o republicano poderia ter sido previsto.
Trump estava cercado apenas por agentes homens em sua primeira aparição pública na Convenção Nacional Republicana em Milwaukee, na segunda-feira.
"Assim É como se deve proteger um presidente", escreveu o comentarista conservador Rogan O'Handley no X.
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