Donald Trump AFP
Publicado 18/07/2024 15:01
Cinco dias após escapar de uma tentativa de assassinato, Donald Trump discursará nesta quinta-feira (18) para uma multidão na Convenção Nacional Republicana, ao aceitar sua nomeação como candidato à presidência e iniciar formalmente sua corrida à Casa Branca.

Trump volta ao palanque após um atirador tentar acabar com sua vida no sábado (13), quando foi ferido de raspão na orelha direita, coberta por um curativo.

Sua imagem, com o rosto sangrando e o punho erguido após o tiro de raspão durante um comício na Pensilvânia, virou um símbolo do partido e rodou o mundo.

Trump, de 78 anos, deve encerrar a reunião de quatro dias em Milwaukee em uma festa com balões lançados com as cores da bandeira dos Estados Unidos.

O ex-presidente se dirigirá ao público entre as 21h00 e as 22h30 locais (23h00 a 00h30 no horário de Brasília). Espera-se que sua esposa, Melania, esteja presente no evento.

"Estou feliz que vamos saber sobre ele. É um milagre que sua vida tenha sido salva, e eu realmente acredito que foi a mão de Deus que o salvou", disse Teena Horlacher, 50 anos, delegada do estado de Utah e mãe de 10 crianças.

Imagem de união
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Durante três noites consecutivas, Trump atraiu longos aplausos de seus apoiadores ao entrar no auditório.

Na noite de terça-feira, o bilionário de 78 anos participou de uma espécie de desfile de união, com pré-candidatos que o enfrentaram nas primárias e agora ofereceram seu apoio, como a ex-embaixadora na ONU Nikki Haley.

A ex-governadora da Carolina do Sul, que durante meses alertou o país sobre "o caos" que o retorno de Trump à Casa Branca causaria, o apoiou explicitamente: "Donald Trump tem o meu forte apoio".

Dois outros ex-adversários, o governador da Flórida, Ron DeSantis, e o empresário Vivek Ramaswamy, também juraram lealdade a um sorridente candidato.

Entre os oradores convidados estão o jornalista ultraconservador Tucker Carlson, o lutador Hulk Hogan e Dana White, principal organizador de combates de artes marciais.

Ao contrário das divisões de 2016, este ano o partido projetou uma imagem de união durante a convenção.

Já o adversário democrata Joe Biden, de 81 anos e infectado com covid-19, parece enfraquecido pelo debate em torno de sua idade e apelos dentro do próprio partido para que se retire da corrida.

A convenção de quatro dias focou em questões que o Trump promove: poder de compra, imigração, crime e segurança.

Dupla Trump-Vance
A convenção também foi marcada pela primeira grande apresentação de J.D. Vance, senador do estado de Ohio escolhido por Trump para ser seu companheiro de chapa.

O jovem conservador de 39 anos, de uma família branca de classe média, opõe-se à ajuda dos Estados Unidos à Ucrânia em sua guerra com a Rússia. Também é contra a onda migratória que afeta o país.

Vance ficou conhecido em 2016 com suas memórias "Hillbilly Elegy", sobre sua família nos Apalaches, no chamado cinturão da ferrugem, uma região industrial no nordeste e centro-oeste.

Para ele, os Estados Unidos devem "escolher um novo caminho" que coloque os trabalhadores no centro das atenções antes de Wall Street, como disse em seu discurso na noite de quarta-feira.

Clifton Carroll, delegado do Mississippi, está convencido de que "todo o país" permanece unido em torno da candidatura republicana. "Vemos pessoas que nunca apoiaram Donald Trump juntando-se a ele porque veem alguém em quem podem confiar", disse à AFP.

Todo o evento girou em torno da figura do magnata do mercado imobiliário, com camisas, broches, canecas e imagens gigantes.

Após a convenção, Trump participará no sábado de um evento de campanha no estado do Michigan, exatamente uma semana após o atentado contra sua vida.
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