Publicado 19/07/2024 18:20 | Atualizado 19/07/2024 18:26
Bangladesh decretou toque de recolher e mobilizou militares para conter uma onda de protestos que ganhou força nesta sexta-feira (19), sem que a polícia conseguisse impedir as passeatas e a invasão de uma prisão, nem sufocar os distúrbios, que já deixaram 105 mortos.
PublicidadeO país enfrenta uma mobilização que começou neste mês, com protestos de estudantes contra um sistema de cotas que reserva mais da metade dos cargos públicos a alguns setores da sociedade, incluindo os filhos dos veteranos da guerra de libertação de 1971 contra o Paquistão.
As manifestações resultam de uma mobilização mais ampla, que representa um desafio para o governo autocrático da primeira-ministra Sheikh Hasina, no poder há 15 anos. “O governo decidiu impor um toque de recolher e enviar o Exército para ajudar as autoridades civis”, disse à AFP Nayeemul Islam Khan, secretário de imprensa da primeira-ministra.
O anúncio do governo foi feito depois que a polícia da capital, Daca, proibiu as reuniões públicas, para tentar frear os protestos. “Proibimos todas as manifestações, passeatas e reuniões públicas em Daca hoje”, disse o chefe de polícia Habibur Rahman à AFP, acrescentando que a medida era necessária para garantir a segurança pública.
Isso não impediu outra rodada de confrontos entre a polícia e os manifestantes na extensa megacidade de 20 milhões de habitantes, apesar de uma interrupção da internet com o objetivo de impedir a organização de manifestações.
“Nosso protesto continuará”, disse Sarwar Tushar, que participou de uma marcha na capital e sofreu ferimentos leves quando foi violentamente dispersado pela polícia, segundo ele.
Manifestantes invadiram hoje uma prisão em Narsingdi, a 50 km da capital, libertaram os detentos e atearam fogo ao local, informou à AFP um policial. “Não sei o número de presos, mas seriam centenas.”
Condenação
O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou a repressão e chamou os ataques de "particularmente chocantes e inaceitáveis".
Cinquenta e duas pessoas morreram hoje em Daca, segundo uma lista consultada pela AFP no hospital universitário da cidade. O fogo policial causou mais de dois terços das mortes registradas nesta semana, informaram funcionários do hospital.
A força policial da capital havia informado anteriormente que os manifestantes incendiaram, vandalizaram e relizaram “atividades destrutivas” ontem em delegacias e escritórios do governo, incluindo a sede da estatal Bangladesh Television em Daca, que continuava fora do ar, depois que centenas de estudantes indignados invadiram as instalações e incendiaram um prédio.
“Cerca de 100 policiais ficaram feridos nos confrontos de ontem. Cerca de 50 cabines policiais foram incendiadas”, informou a Polícia Metropolitana de Daca.
Cinquenta e duas pessoas morreram hoje em Daca, segundo uma lista consultada pela AFP no hospital universitário da cidade. O fogo policial causou mais de dois terços das mortes registradas nesta semana, informaram funcionários do hospital.
A força policial da capital havia informado anteriormente que os manifestantes incendiaram, vandalizaram e relizaram “atividades destrutivas” ontem em delegacias e escritórios do governo, incluindo a sede da estatal Bangladesh Television em Daca, que continuava fora do ar, depois que centenas de estudantes indignados invadiram as instalações e incendiaram um prédio.
“Cerca de 100 policiais ficaram feridos nos confrontos de ontem. Cerca de 50 cabines policiais foram incendiadas”, informou a Polícia Metropolitana de Daca.
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