Donald Trump, candidato à presidência dos EUAPatrick T. Fallon/AFP
Publicado 20/07/2024 07:44
O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, informou nesta sexta-feira (19) que conversou por telefone com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e que lhe prometeu "acabar com a guerra" entre Ucrânia e Rússia se for eleito.

"Como seu próximo presidente dos Estados Unidos, vou trazer paz para o mundo e acabar com a guerra que já ceifou tantas vidas e devastou incontáveis famílias inocentes", publicou o ex-presidente em sua plataforma, Truth Social.
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"Os dois lados poderão se reunir e negociar um acordo que ponha fim à violência e pavimente o caminho para a prosperidade". Durante o encerramento da Convenção Nacional Republicana, também nesta sexta, Trump já havia sinalizado ser favorável ao fim dos conflitos durante seu discurso.

Os Estados Unidos entregaram dezenas de bilhões de dólares em assistência militar a Kiev desde que a Rússia iniciou a invasão à Ucrânia, em fevereiro de 2022, mas, com uma vitória de Trump em novembro, o apoio de Washington não está garantido.

Zelensky confirmou o telefonema. "Estabelecemos com o presidente Trump discutir em uma reunião pessoal que passos podem ser dados para uma paz justa e realmente duradoura", disse. "Tomei nota do vital apoio bipartidário e bicameral americano para proteger a liberdade e a independência de nossa nação", publicou na rede social X.

Reunião entre Trump e Orban
Trump, que aceitou formalmente ontem sua nomeação como candidato presidencial do Partido Republicano, afirmou em diversas ocasiões que acabaria com a guerra muito rapidamente, mas nunca disse como.

O ex-presidente recebeu em sua mansão da Flórida o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, que se reuniu no começo do mês com o presidente russo, Vladimir Putin.

Os elogios frequentes de Trump a Putin e sua relutância em condenar abertamente a invasão russa geram temor no Ocidente de que ele possa obrigar a Ucrânia a aceitar uma derrota parcial.

O ex-presidente também criticou diversas vezes a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Seu companheiro de chapa, J.D. Vance, lidera a ala isolacionista entre os congressistas republicanos que sustentam que os Estados Unidos deveriam suspender a ajuda à Ucrânia.

Zelensky disse no começo da semana que ele e Trump poderiam trabalhar juntos caso o republicano vencesse. Mas não comentou se estava preocupado com o presidente Joe Biden, pressionado a se retirar da disputa. Zelenski reconheceu que "as turbulências" do período eleitoral americano têm "um grande impacto" em seu país.
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