As eleições presidenciais dos Estados Unidos acontecem em 5 de novembroAFP
Publicado 20/07/2024 17:05 | Atualizado 20/07/2024 17:07
Fortalecido na convenção nacional que lhe deu o apoio total do Partido Republicano, Donald Trump retoma neste sábado (20) sua campanha para as eleições de novembro com confiança, um contraste absoluto com o seu rival democrata, o presidente Joe Biden, que parece mais enfraquecido do que nunca.

Exatamente uma semana depois de escapar de uma tentativa de assassinato a tiros durante um comício na Pensilvânia, Trump realizará um ato político em Grand Rapids, Michigan. Acompanhado de J.D. Vance, senador de 39 anos que escolheu para seu companheiro de chapa, o candidato republicano aparecerá perante o público às 17h locais (18h de Brasília) neste estado, onde venceu em 2016 e perdeu nas presidenciais de 2020.

Todos os olhares estarão voltados para o dispositivo de segurança, em meio a várias interrogações sobre as falhas do último ato. No local, Sherri Bonoite, de 75 anos, participava de seu primeiro ato eleitoral como partidária de Trump. "Até mesmo um tiro a toda velocidade não consegue detê-lo. É o que o país precisa", opinou.

A outra face da moeda
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Biden, por outro lado, continuará se recuperando da covid-19 em sua residência particular em Delaware, no leste do país. Aos 81 anos, o veterano presidente é alvo de múltiplos apelos dentro do Partido Democrata para que abandone a corrida em meio a dúvidas sobre sua saúde física e capacidades cognitivas.

Segundo o jornal The Washington Post, ele perdeu até mesmo o apoio de Barack Obama, que também acredita que Biden deveria "considerar seriamente a viabilidade da sua candidatura", segundo pessoas próximas do ex-presidente (2009-2017).

Cerca de 20 legisladores democratas já fizeram o mesmo pedido publicamente e alguns querem realizar uma convenção partidária aberta para escolher um substituto.

União de republicanos
Uma saída de Biden da corrida poderia desestabilizar os republicanos, que seriam forçados a rever sua estratégia eleitoral, amplamente detalhada durante os quatro dias da convenção realizada esta semana em Milwaukee.

Até agora, o estado de saúde do presidente é o eixo central da campanha republicana e multiplicam-se as peças de propaganda eleitoral com um Biden que comete gafes, gagueja e tropeça.

Aos 78 anos, Trump criticou Biden por seu estado de saúde na última quinta-feira (18), durante o seu discurso na convenção em que foi oficialmente ratificado como candidato. Argumentos que poderiam se virar contra ele mesmo caso a atual vice-presidente, Kamala Harris, de 59 anos, se torne sua adversária.

O eixo da campanha "não mudará fundamentalmente", disse Jason Miller, assessor próximo de Trump, em entrevista à AFP. "Biden, Kamala Harris ou outro democrata de esquerda radical, todos são responsáveis pela destruição de nossa economia", disse Miller, destacando também o que os republicanos consideram uma "crise" devido à migração irregular através da fronteira com o México.

Essas foram as questões centrais abordadas por Trump em uma convenção que se revelou um grande sucesso para o líder da direita americana.
Hoje, o candidato republicano está com sorte e saboreia os reveses dos democratas. Não apenas sobreviveu a uma tentativa de assassinato em 13 de julho, mas o processo contra ele por suposta gestão indevida de documentos confidenciais após deixar a Casa Branca em janeiro de 2021 foi arquivado.

Sua imagem após o atentado, com parte do rosto ensanguentado e o punho erguido enquanto era retirado do local por agentes do Serviço Secreto, percorreu o mundo e reforçou sua figura de homem forte. Além disso, Trump obteve esta semana o apoio dos líderes do partido, incluindo seus ex-rivais internos, sem rachas.

As eleições presidenciais nos Estados Unidos serão realizadas em 5 de novembro.
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