Nicolás Maduro e Luiz Inácio Lula da SilvaAFP
Publicado 23/07/2024 19:34 | Atualizado 23/07/2024 19:34
"Que tome um chá de camomila", disse, nesta terça-feira (23), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, um dia depois de seu contraparte brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, expressar preocupação com as advertências do venezuelano sobre um "banho de sangue" se a oposição vencer as eleições presidenciais de domingo.
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"Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila", declarou Maduro, sem mencionar expressamente Lula. "Na Venezuela vai triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita".
O governante socialista fez referência ao 'Caracazo', um levante social em fevereiro de 1989 que deixou milhares de mortos segundo denúncias, embora o balanço oficial tenha sido de cerca de 300 falecidos. O antecessor de Maduro, Hugo Chávez (1999-2013), justificou com isso a insurreição fracassada que liderou em 4 de fevereiro de 1992 e que marcaria a ascensão de sua popularidade.
"Eu disse que se, negado e transmutado, a direita extremista (...) chegasse ao poder político na Venezuela haveria um banho de sangue. E não é que eu esteja inventando, é que já vivemos um banho de sangue, em 27 e 28 de fevereiro", manifestou Maduro.
Na segunda-feira, Lula se mostrou preocupado com as palavras de Maduro sobre um "banho de sangue" se a oposição ganhasse.
"Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue", afirmou Lula.
"O Maduro tem que aprender, quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora. Vai embora e se prepara para disputar outra eleição", acrescentou durante uma coletiva de imprensa com agências internacionais em Brasília.
"Eu prevejo para aqueles que se assustaram que na Venezuela vamos ter a maior vitória eleitoral da história", insistiu o presidente venezuelano, que aspira a um terceiro mandato que o projetaria a 18 anos no poder.
O diplomata Edmundo González Urrutia é o candidato da principal aliança opositora, que o respaldou devido à impossibilidade de apresentar a ex-deputada María Corina Machado, favorita nas pesquisas, mas impedida de exercer cargos públicos por uma sanção administrativa.
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