Publicado 02/08/2024 16:37
O comitê da líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, foi saqueado na madrugada desta quinta-feira, 2, na mais recente escalada de violência contra os opositores do ditador Nicolás Maduro, após as contestadas eleições presidenciais do país.
PublicidadeA invasão ocorreu por volta das 3h no horário local (4h no horário de Brasília), segundo um comunicado da Plataforma Unitária, coalizão de Machado, acrescentando que os agressores arrombaram portas e levaram documentos e equipamentos valiosos. Imagens publicadas pelo partido de Machado nas redes sociais mostram diversas paredes cobertas com tinta spray preta.
O ataque acontece no momento em que o próprio Maduro, ameaça prender a líder da oposição, que já declarou que está escondida e tem medo do que o regime chavista pode fazer com ela.
EUA reconhecem vitória de González
Na quarta-feira, 1, o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu firmemente o seu apoio à oposição, reconhecendo a vitória de Edmundo González.
O anúncio dos EUA na quinta-feira seguiu-se a apelos de vários governos, incluindo aliados próximos de Maduro, para que as autoridades eleitorais da Venezuela divulgassem a contagem dos votos a nível distrital, como fizeram durante as eleições anteriores.
O órgão eleitoral declarou Maduro o vencedor do pleito venezuelano na segunda-feira, mas a principal coligação da oposição revelou horas depois que tinha recolhido cópias de 80% das 30.000 atas de votos do país e que mostram que González prevaleceu por uma margem de mais de 2 para 1.
"Dadas as provas contundentes, é claro para os Estados Unidos e, mais importante, para o povo venezuelano que Edmundo González Urrutia obteve o maior número de votos nas eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela", afirmou o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em um comunicado.
Maduro respondeu com uma rápida advertência: "Os Estados Unidos precisam manter o nariz fora da Venezuela!"
O anúncio do governo dos EUA ocorreu no meio de uma série de esforços diplomáticos por parte do Brasil, da Colômbia e do México para convencer o regime chavista a permitir uma auditoria imparcial da votação. Na quinta-feira, os governos dos três países emitiram uma declaração conjunta apelando às autoridades eleitorais da Venezuela "para avançarem rapidamente e divulgarem publicamente" dados eleitorais detalhados.
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