Lula e Boric, durante cerimônia de chegada ao Palácio de La Moneda, na Praça da ConstituiçãoAgência Brasil
Publicado 06/08/2024 08:59 | Atualizado 06/08/2024 09:41
No primeiro dia de agenda oficial em Santiago, o presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, debateu nesta segunda-feira (5) com seu colega chileno, Gabriel Boric, a reação conflitante de seus governos à eleição presidencial na Venezuela. Em declaração posterior à reunião, Lula cobrou novamente a divulgação dos resultados eleitorais, pediu diálogo e "respeito" à soberania da Venezuela.
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"O respeito pela tolerância e o respeito pela soberania popular é o que nos move a defender a transparência dos resultados. O compromisso com a paz é o que nos leva a conclamar as partes ao diálogo e promover o entendimento entre governo e oposição", afirmou Lula, durante pronunciamento no Palácio La Moneda.
Lula e Boric são de esquerda, mas reagiram de maneira diferente à crise venezuelana. Ontem, diante de Lula, o chileno deixou seu recado. Ele afirmou contar com Lula para "construir uma esquerda e um progressismo democrático que respeite e faça respeitar os direitos humanos em qualquer lugar".
Articulação
O presidente brasileiro relatou ter informado ao chileno, durante reunião privada, detalhes da articulação que vem fazendo com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do México, Andrés Manuel López Obrador. A tentativa é convencer o regime de Maduro a publicar os comprovantes da votação.
Petro e López Obrador também são de esquerda e aderiram à aposta brasileira na diplomacia com Caracas. A ideia do Itamaraty era incluir Boric, mas ele ficou de fora do grupo porque o Chile perdeu interlocução com a ditadura ao contestar a vitória de Maduro, que expulsou de Caracas o corpo diplomático chileno.
Divergências
Outra discordância entre os principais líderes regionais é sobre a forma de certificação dos resultados das urnas. A verificação dos votos coloca Lula e López Obrador, de um lado, defendendo que a recontagem seja feita em um formato a ser acordado pelas forças políticas internas na Venezuela, desde que permita um escrutínio imparcial. Do outro lado, Boric e Petro defendem uma checagem realizada por observadores internacionais, a única forma de garantir uma apuração independente.
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