Publicado 06/08/2024 15:59
A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, denunciou nesta terça-feira (6) uma "campanha de terror" no país, em meio a detenções massivas em protestos contra a reeleição do presidente Nicolás Maduro e a nova cruzada do governante chavista contra redes sociais e plataformas de mensagens.
Publicidade"Querem nos intimidar para que não nos comuniquemos, porque isolados ficaríamos muito mais fracos e isso não vai acontecer. Sempre encontraremos formas de nos mantermos conectados, organizados e ativos (...), o medo não vai nos paralisar e não deixaremos as ruas", disse Machado em um áudio que compartilhou nas redes.
Maduro convocou na segunda-feira um boicote ao WhatsApp, alegando que militares, policiais e líderes comunitários que defendem sua reeleição diante das acusações de fraude da oposição receberam "ameaças" por este aplicativo.
Pelo menos 11 civis morreram em manifestações da oposição contra a proclamação da vitória de Maduro para um terceiro mandato, segundo organizações de direitos humanos, e há mais de 2.000 detidos.
"Não se deixem intimidar, muito menos desanimar, assustar ou desmoralizar por forças obscuras que pretendem fazer com que não nos comuniquemos e semear medo, ruído entre nós. Não permitam: ajudem nossos familiares e vizinhos a não serem vítimas desta campanha de terror", ressaltou Machado.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), alinhado ao governo, declarou Maduro como vencedor das eleições de 28 de julho com 52% dos votos, contra 43% do opositor Edmundo González Urrutia.
A oposição afirma que González Urrutia foi o verdadeiro vencedor e publicou em um site cópias de atas eleitorais que sustentam suas denúncias de fraude.
"Ninguém disse que seria fácil, mas que o mundo tenha bem claro: não há volta. Isso é irreversível", acrescentou Machado.
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